O Mundo da Saúde (Jan 2014)

Avaliação da toxicidade de herbicidas usados em cana-de-açúcar para o Paulistinha (Danio rerio)

  • Gabrielli Aparecida Sanches Tesolin,
  • Marina Menezes Marson,
  • Claudio Martín Jonsson,
  • António José Arsénia Nogueira,
  • Daniel Andrade de Siqueira Franco,
  • Sydnei Dionísio Batista de Almeida,
  • Marcus Barifouse Matallo,
  • Monica Accaui Marcondes de Moura

Journal volume & issue
Vol. 38, no. 1

Abstract

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Na natureza, os organismos são constantemente expostos a mais de um agente tóxico e, apesar do fenômeno de interações químicas ser conhecido há tempos, são poucos os estudos realizados que privilegiam a observação dos efeitos decorrentes da exposição a duas ou mais substâncias. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito combinado da mistura dos herbicidas Gesapax 500® (ametrina 500 g/L) e Velpar K® (diuron 468 g/kg + hexazinone 132 g/kg) sobre o paulistinha (Danio rerio). O ensaio foi baseado no teste FET da OECD, com duração de 96 horas. As concentrações testadas foram 0, 21,22, 29,52, 41,08, 57,17 e 79,56 mg/L de Gesapax 500 vs. 0, 15,21, 21,17, 29,46, 40,99 e 57,04 mg/L de Velpar K. Os testes foram conduzidos em triplicata e avaliados diariamente. As CL50-96h determinadas foram 41,705 ± 8,373 mg/L para o Gesapax 500 e 55,460 ± 20,826 mg/L para o Velpar K. O modelo da mistura que melhor descreve a relação entre os dois componentes é a ação independente, sendo a toxicidade dose-dependente, ou seja, em baixas doses ocorre antagonismo e, em altas doses, sinergismo. Os endpoints edemas, atraso no desenvolvimento embrionário (delay) e na absorção do saco vitelínico e diminuição na frequência de cardíaca foram observados a partir das concentrações mais baixas da mistura. Pelos dados obtidos, concluiu-se que a mistura de Gesapax 500 e Velpar K é medianamente tóxica para o paulistinha e que os endpoints avaliados foram úteis na determinação de sua toxicidade.

Keywords