Jornal de Assistência Farmacêutica e Farmacoeconomia (Nov 2024)
ID039 Avaliação de seringas reutilizáveis em comparação as descartáveis para padronização do uso hospitalar na identificação do espaço epidural no paciente
Abstract
Introdução As seringas de perda de resistência para anestesia epidural são utilizadas para identificação do espaço epidural no paciente pela técnica da perda de resistência (entrada de ar/soro). Atualmente, é padronizada a seringa de vidro de 10ml no Hospital Universitário da UFJF (HU-UFJF). Entretanto, as seringas descartáveis são precisas e seguras para realização de peridural, além de reduzirem o risco de perfuração acidental da dura-máter e menos chances de infecção. O objetivo foi responder a pergunta de estudo: As seringas descartáveis de polipropileno são mais precisas e seguras para pesquisa da perda de resistência na realização do bloqueio peridural comparado as seringas reutilizáveis de vidro? Métodos Trata-se de um estudo comparativo de tecnologia em saúde com síntese de evidências destinado à elaboração de parecer de incorporação de Tecnologia em Saúde no HU-UFJF, realizada pelo NATS-HU-UFJF. O hospital em questão está localizado no município de Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil. Foi realizada a busca fundamentada no acrônimo PICO, nas línguas inglês, português e espanhol, adaptada às bases MEDLINE® PubMed, LILACs, CENTRAL Cochrane Library, na data de 13 de fevereiro de 2023. A análise foi realizada com base nas referências destacadas pelo demandante associadas aos estudos selecionados. Resultados 731 registros recuperados, oito estudos foram incluídos. De acordo com o levantamento descritivo, a diferença direta do custo para a incorporação da seringa de polipropileno 7 mL teria, aproximadamente, um acréscimo anual de R$ 363,81, enquanto a seringa de polipropileno 10 mL teria uma redução anual direta de R$ 687,39. O descarte destes materiais tem um custo de R$ 3,73 por quilo, o que se refere ao custo anual de R$ 3,58 para as descartáveis e R$ 12,01 para as seringas de vidro. Além disso, evidenciou-se que o reprocessamento pode afetar o produto nos aspectos mecânico, térmico e químico, comprometendo seu efetivo desempenho e que; não há diferenças entre ar e solução salina no uso da técnica de perda de resistência para localizar o espaço peridural. Discussões e conclusões O uso da seringa descartável de 10 mL teria melhor custo-benefício por apresentar menor valor de aquisição e de descarte, mantendo eficácia às de vidro para a realização dos procedimentos, com o incremento da segurança por se tratar de material descartável. Tal fato corrobora a recomendação à incorporação da seringa de polipropileno (descartável) para realizar bloqueio peridural pela técnica de perda de resistência e a desincorporação da seringa reutilizável na instituição.