Brazilian Journal of Infectious Diseases (Jan 2022)

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E PREVALÊNCIA DE TUBERCULOSE ÓSSEA ENTRE 2010 E 2020

  • Beatriz Camargo Gazzi,
  • Evelin Leonara Dias da Silva,
  • Maria Stella Amorim da Costa Zöllner

Journal volume & issue
Vol. 26
p. 101988

Abstract

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A Tuberculose (TB) é a doença infecciosa por agente único que mais mata, configurando por si só um problema de saúde pública, em escala global. Além da manifestação clássica, pulmonar, existe uma expressiva variedade de formas clínicas, dentre as quais a osteoarticular (TBO) merece ênfase, condizente com suas elevadas complicações. Dessa forma, a alta prevalência da TB, associada à importância do comprometimento ósseo evidenciam a necessidade de prevenção e controle, com medidas direcionadas, condizentes com as particularidades e demandas. Assim, há a necessidade de delimitação do perfil epidemiológico da TBO, correspondente com as realidades regionais. Portanto, tal estudo propõe traçar, por meio da prevalência de casos, o perfil epidemiológico da tuberculose óssea, no Brasil, entre janeiro de 2010 a dezembro de 2020. Trata-se de um estudo epidemiológico retrospectivo, embasado em dados secundários do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), a partir da investigação das variáveis sexo, faixa etária e região geográfica, entre 2010 e 2020. No período analisado, dos 891.868 casos registrados de tuberculose, 113.443 foram classificados como tuberculose extrapulmonar, sendo que 6.432 são de tuberculose óssea, correspondendo a 5,66%. Dentre as macrorregiões brasileiras, a sudeste apresentou o maior número absoluto, com 2.686 ocorrências, representando 41,75%. O número total de casos confirmados por tuberculose óssea variou de 535 em 2010 a 511, em 2020, sendo o maior registro em 2019, com 651 casos. A faixa etária mais acometida, nesse período, foi a de 40 a 59 anos, com 2.478 casos. Além disso, há prevalência entre o sexo masculino, com 4.232 homens afetados nesses dez anos, ou seja, 65,79% dos casos estudados. Assim, esse levantamento epidemiológico determina a incisiva prevalência de Tuberculose, possibilitando, portanto, uma maior incidência de suas formas graves e extrapulmonares. Isso ressalta a necessidade de políticas públicas, tanto para prevenção quanto para tratamento, além de uma delimitação epidemiológica dos agravos, para que as medidas governamentais sejam direcionadas.