Revista de Saúde Pública (Jun 2006)

Paridade de Ochlerotatus scapularis em condições de laboratório e campo Parity of Ochlerotatus scapularis in laboratory and field conditions

  • Juliana Telles de Deus,
  • Iná Kakitani

DOI
https://doi.org/10.1590/S0034-89102006000300020
Journal volume & issue
Vol. 40, no. 3
pp. 505 – 512

Abstract

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OBJETIVO: Identificar o estado de paridade em fêmeas de Ochlerotatus scapularis de campo e obtidas em condições de laboratório. MÉTODOS: Para obtenção das fêmeas de campo, foram realizadas coletas quinzenais no Vale do Ribeira utilizando-se a técnica da aspiração manual, de abril de 2003 a março de 2004. Em laboratório, 100 fêmeas (F1) de Ochlerotatus scapularis foram mantidas e observadas individualmente anotando-se o número de repastos realizados, duração do ciclo gonotrófico, tempo de sobrevivência e número de ovos colocados. A observação do estado de paridade e desenvolvimento ovariano foi feita pela dissecção dos ovários de 90 fêmeas por coleta, e de todas as fêmeas mantidas em laboratório. RESULTADOS: Das 100 fêmeas mantidas em laboratório e dissecadas, o diagnóstico de condição de paridade conferiu com os resultados constatados em 55% dos casos, sendo subestimados em 37% e superestimados em 2%. Ainda em laboratório, de 106 ciclos gonotróficos completados, cerca de 55% das fêmeas necessitaram de mais de um repasto sangüíneo antes de ovipor. A sobrevivência observada em laboratório foi de até 26 dias para a espécie. Foram dissecadas 1.180 fêmeas de Ochlerotatus scapularis do campo: 418 (35,4%) foram consideradas nulíparas, 655 (55,5%) uníparas, 46 (3,9%) como bíparas e 61 (5,2%) não puderam ser avaliadas. Noventa fêmeas apresentavam-se na fase III-V de Christophers e Mer. CONCLUSÕES: Pode-se confirmar a hipótese de discordância gonotrófica, com base nas observações de fêmeas de Ochlerotatus scapularis no campo e laboratório.OBJECTIVE: To identify the parity status of Ochlerotatus scapularis females in laboratory and field conditions. METHODS: Field collections were carried out fortnightly using a hand-held aspirator in Vale do Ribeira, Southeastern Brazil, from April 2003 to March 2004. In laboratory, 100 Ochlerotatus scapularis F1 females were obtained and followed up individually, reporting the number of blood meals, the length of gonotrophic cycle, survival and number of eggs laid. The parity status and ovarian development were observed through ovarian dissection of 90 field females for each collection and all females reared in laboratory. RESULTS: The parity status diagnoses of the 100 females reared in laboratory and dissected agreed with 55% of the oviposition data, and it was underestimated in 37% and overestimated in 2%. Also in the laboratory, 106 gonotrophic cycles were completed, around 55% of females needed more than one blood meal before laying eggs. In laboratory conditions the species survival was 26 days. A total of 1,180 field females of Ochlerotatus scapularis were dissected: 418 (35.4%) nulliparous, 655 (55.5%) uniparous, 46 (3.9%) biparous and 61 (5.2%) could not be evaluated. Ninety field females were found in Christophers and Mer's phase III-V. CONCLUSIONS: The gonotrophic discordance hypothesis could be confirmed based on field and laboratory observations of Ochlerotarus scapularis females.

Keywords