Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo (Jun 1993)

Febre purpúrica brasileira, virulência em modelo animal do Haemophilus Aegyptius (H. influenzae biogrupo aegyptius) Brazilian purpuric fever, virulence in animal model of Haemophilus Aegyptius (H. influenzae biogroup aegyptius)

  • M.C.C. Brandileone,
  • R.C. Zanella,
  • M.L.C. Tondella,
  • L. Gheesling,
  • V.S.D. Vieira,
  • G.M. Carlone

DOI
https://doi.org/10.1590/S0036-46651993000300007
Journal volume & issue
Vol. 35, no. 3
pp. 259 – 269

Abstract

Read online

Febre Purpúrica Brasileira (FPB) é causada por cepas invasoras de Haemophilus aegyptius (H. influenzae biogrupo aegyptius, Hae). Estas cepas invasoras foram diferenciadas de cepas de Hae associadas apenas a conjuntivites (cepas não invasoras) através de marcadores moleculares específicos. Modelo de ratos recém nascidos depletados de complemento foi aplicado ao estudo de cepas de Hae, associadas e não associadas a FPB, com o objetivo de se caracterizar seus potenciais de virulência. Com dose infectante de 10(5) células, as cepas invasoras causaram bacteriemia em 80-100% dos ratos inoculados,.e a magnitude da bacteriemia variou de 10(2,5±0,49) a > 10(4,69) ufc/ml de sangue. Usando a mesma dose infectante as cepas controles não causaram bacteriemia frequente (0 a 50%) e a magnitude variou de 0 a 10(3,69±0,53) ufc/ml de sangue. As doses infectantes capazes de causar bacteriemia em 50% dos ratos inoculados (DB50%) para as cepas invasoras de Hae variaram de 10(7,3) bactérias. Imunização passiva com antissoros produzidos com cepas invasoras demonstrou que os ratos foram protegidos das bacteriemias causadas pelas cepas homólogas, mas não da infecção causada pela cepa heteróloga. Comparando a bacteriemia causada pelas cepas de Hae com a bacteriemia causada pelo H. influenzae b, cepa Eagan (Hib), foi demonstrado o maior potencial de invasibilidade de Hib. Este modelo animal demonstrou ser útil para esclarecer o maior potencial de virulência das cepas invasoras de Hae.Brazilian purpuric fever (BPF) is caused by invasive strains of Haemophilus aegyptius (H.influenzae biogroup aegyptius, Hae). These strains were differentiated from Hae strains associated only with conjunctivitis (non-invasive Hae strains) through specific molecular markers. Complement-depleted infant rat model was used to study the invasive and non-invasive Hae strains to compare their virulence potential. Inoculating 10(5) bacteria in the rats, the invasive strains caused 80 to 100% bacteremia and the intensity of bacteremia was 10(2,5±0,49) to > 10(4,69) cfu/ml of blood. Using the same infectious dose, the non-invasive strains did not cause frequent bacteremia (0 to 50%) and the intensity was 0 to 10(3,69±0,53) cfu/ml of blood. The infectious doses able to cause 50% of bacteremia in the rats (BD 50%) varied from 10(7,3) bacteria for non-invasive strains. Passive immunization using antisera to invasive strains protected rats against bacteremia caused by homologous strains, but not by heterologous strain. By comparing the bacteremia caused by Hae and bacteremia caused by H. influenzae b (Eagan strain, Hib), it was demonstrated that Hib had higher virulence potential. This animal model was useful to clarify the virulence potential of invasive Hae strains.

Keywords