Revista Brasileira de Epidemiologia (Dec 2004)

Antropometria e fatores de risco em recém-nascidos com fendas faciais Anthropometry and risk factors in newborns with facial clefts

  • Elza Cristina Miranda da Cunha,
  • Rodrigo Fontana,
  • Tiago Fontana,
  • Wilian Roberto da Silva,
  • Quélen Viviane Pinheiro Moreira,
  • Gilberto de Lima Garcias,
  • Maria da Graça Martino Roth

DOI
https://doi.org/10.1590/S1415-790X2004000400005
Journal volume & issue
Vol. 7, no. 4
pp. 417 – 422

Abstract

Read online

OBJETIVO: buscando identificar e comparar características familiares e maternas entre portadores de fendas faciais e recém-nascidos isentos de morbidade, realizou-se um estudo com delineamento de caso e controle nos hospitais da cidade de Pelotas-RS. MÉTODOS: os dados foram obtidos através de entrevista com mães de 56 casos e 232 controles, nascidos nas cinco maternidades da cidade de Pelotas no período de 1990 a 2002. Os controles foram os quatro recém-nascidos que nasceram após o caso. Foram obtidas informações sobre o tipo de lábio leporino, sexo e peso do recém-nascido, gemelaridade, consangüinidade, etnia, história familiar de fissuras e de outras malformações. O planejamento de análise de dados incluiu o uso do teste t-Student, qui-quadrado e "odds ratio". RESULTADOS: obteve-se uma incidência de fenda labial com ou sem fenda palatina de 0,78 por 1.000 nascidos vivos. Diferenças significativas foram observadas em relação ao grau de instrução materna e história familiar positiva de malformações, com riscos relativos estimados em 6,0 e 2,3, respectivamente. CONCLUSÕES: em Pelotas, RS, foram encontrados 56 recém-nascidos portadores de lábio leporino com ou sem palato fendido no período do estudo. Os fatores de risco para esse tipo de anomalia foram: baixo grau de instrução materna, o qual pode estar relacionado ao conseqüente baixo nível socioeconômico, e história familiar positiva de presença de malformação de vários tipos.OBJECTIVE: to identify and compare family and maternal characteristics among people with facial cleft and healthy newborns, by means of a case control study in the hospitals of the city of Pelotas-RS. METHODS: data was obtained through interviews with mothers of 56 cases and 232 controls, born in the five maternities of the city of Pelotas in the period from 1990 to 2002. Controls were the four newborns born after the case. Information on the type of cleft lip, sex and weight of the newborn, twin pregnancy, consanguinity, ethnicity, family history of facial clefts and other malformations was obtained. Analysis planning of data included the utilization of the Student t-test, chi-square and odds ratio. RESULTS: there was an incidence of 0.78 cleft lips with or without cleft palate per 1,000 liveborn. Significant differences were observed in relation to the level of mothers' schooling and family history of malformations, with estimated relative risks of 6.0 and 2.3, respectively. CONCLUSIONS: 56 newborns with cleft lip with or without cleft palate were found in Pelotas, RS during the study period. The risk factors for facial clefts were: low level of maternal schooling, which can be related to a consequent low socioeconomic level and family history of malformations of any kind.

Keywords