Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2023)

ANEMIA HEMOLÍTICA INDUZIDA POR ALECTINIB – UM RELATO DE CASO

  • LFE Santana,
  • LBD Santos,
  • LV Oliveira,
  • NA Leite,
  • LG Siqueira,
  • RML Borges

Journal volume & issue
Vol. 45
pp. S49 – S50

Abstract

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Introdução/Objetivos: Anemia hemolítica induzida por drogas é uma causa rara de anemia associada a um amplo espectro de medicamentos, dos quais se destacam antimicrobianos. Neste relato descrevemos um caso de anemia hemolítica associada ao uso de Alectinib - inibidor de quinase de linfoma anaplásico (ALK) de segunda geração. Materiais e métodos: trata-se de um relato de caso acerca de rara etiologia de anemia hemolítica. Para este fim, os termos contidos na Declaração de Helsinque foram respeitados. Resultados: K.A.S.C, sexo feminino, 30 anos de idade, portadora de adenocarcinoma de pulmão com metástase cerebral e de Doença de Graves. Faz uso de Alectinib (600 mg 12/12horas) há 2 anos e 3 meses e Tapazol 5 mg/dia. Encaminhada ao hematologista devido anemia com aumento dos níveis séricos de desidrogenase lática. Ao exame físico: regular estado geral, corada, afebril, sem visceromegalias, traube livre. Exames laboratoriais (03/07/2023): Hb: 10,5; VCM 89; RDW: 14%; Leucócitos: 6.930; Plaquetas: 296.000; Haptoglobina 136 (36-195); Reticulócitos: 3,5%; Ferritina: 101; ácido fólico > 24; saturação de transferrina: 18% (15-50%); Ferro sérico: 77; Teste da antiglobulina direto: negativo; DHL: 389 (135 – 214); Bilirrubinas totais: 0,74, Bilirrubina indireta: 0,54; Creatinina 0,8; Esfregaço de sangue periférico: observados acantócitos e esferócitos. Considerando importância do inibidor de ALK no presente contexto, definido por conduta expectante no momento. Discussão: Alectinib, inibidor de ALK de segunda geração, induz hemólise com alterações morfológicas em eritrócitos, como acantócitos e esferócitos, em todos os casos com exposição prolongada à droga. Até a presente data, não há descrição do mecanismo exato de hemólise induzida pelo alectinib. A presença de anormalidades morfológicas nas hemácias sugere envolvimento do citoesqueleto como potencial mecanismo deflagrador da hemólise. Na maioria dos eventos a hemólise é subclínica, ocorrendo nos primeiros 90 dias de uso do inibidor de ALK. Existem raros casos desta associação relatados na literatura. Conclusão: Há um subdiagnóstico desta alteração devido à falta de conhecimento por parte dos médicos sobre tal efeito adverso. Portanto, monitorização hematológica deve ser realizada de rotina em pacientes que estejam em uso de Alectinib.