Debates em Psiquiatria (Oct 2016)

Transtorno bipolar e gênero: quais as novidades?

  • Amaury Cantilino,
  • Joel Rennó Junior,
  • Hewdy Lobo Ribeiro,
  • Juliana Pires Calvasan,
  • Renata Demarque,
  • Jerônimo de A. Mendes Ribeiro,
  • Gislene Valadares,
  • Renan Rocha,
  • Antônio Geraldo da Silva

DOI
https://doi.org/10.25118/2236-918X-6-5-2
Journal volume & issue
Vol. 6, no. 5

Abstract

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Este artigo resume as pesquisas entre 2014 e 2016 pertinentes às diferenças em cuidados clínicos e neurobiologia de mulheres e homens com transtorno afetivo bipolar (TAB). Com TAB, o sexo feminino se correlaciona com mais sintomas depressivos e diferentes comorbidades. As mulheres também têm um maior grau de episódios mistos e ciclagem rápida. Quanto a comorbidades, doença da tireoide, obesidade e transtornos de ansiedade ocorrem mais frequentemente em mulheres, enquanto transtornos por uso de substância são mais comuns em homens. O exercício aumenta os níveis do fator neurotrófico derivado do cérebro em mulheres bipolares, mas não em homens. Pacientes do sexo masculino e do sexo feminino têm biomarcadores distintos para o TAB. Alterações menstruais e flutuação de humor estão presentes em mulheres tratadas para o TAB em um grau maior do que nos controles. Lamotrigina pode ser útil para atenuar essa flutuação. A desregulação da tireoide associada ao lítio ocorre mais frequentemente em pacientes do sexo feminino. Homens e mulheres com TAB recebem tratamentos diferentes em ambientes clínicos de rotina. Decisões clínicas de tratamento são, em certa medida, indevidamente influenciadas pelo sexo dos pacientes.

Keywords