Revista Portuguesa de Cardiologia (Aug 2022)

Long-term outcomes of primary cardiovascular prevention: A retrospective study at a referral center in Portugal

  • Joaquim A. Meireles-Brandão,
  • Lúcia R. Meireles-Brandão,
  • Rui Coelho,
  • Francisco Rocha-Gonçalves

Journal volume & issue
Vol. 41, no. 8
pp. 681 – 688

Abstract

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Introduction and Objectives: Lifestyle changes are frequently insufficient to reduce cardiovascular (CV) risk in patients with dyslipidemia. This study aims to characterize the long-term evolution of lipid profile and CV risk of patients under primary prevention. Methods: A retrospective study was performed of outpatients at a Portuguese cardiovascular risk clinic with ≥2 CV risk factors, followed for ≥2 years between 1995 and 2015. Statin therapy had been initiated early, in accordance with the clinic's practice. After written informed consent was obtained, sociodemographic and clinical characteristics were collected from medical charts, at baseline and last visit. Changes in lipid profile and CV risk scores were estimated. Associations between HDL-C or LDL-C changes and gender, age, observation time and treatments were assessed through bivariate analysis and multiple linear regression models. Results: Out of 516 participants with mean follow-up of 11.4±4.3 years, 56.6% were female and 91.5% received statins. Lipid profile showed statistically significant improvement, including median changes in LDL-C and HDL-C of -77.0 mg/dl and +19 mg/dl, respectively. CV risk also showed statistically significant improvements according to all scores. Statin therapy resulted in a mean HDL-C increase of 7.4 mg/dl (independently of gender and other treatments) and a mean LDL-C reduction of 51.8 mg/dl (irrespective of age and other treatments). Conclusion: Results from this long-term real-life study indicate that primary prevention, specifically early and continuous therapy with intermediate-intensity statins as an add-on to lifestyle interventions, was important in obtaining consistent and adequate metabolic correction in patients with additional risk factors. Resumo: Introdução e objetivos: Mudar o estilo de vida é frequentemente insuficiente para reduzir o risco cardiovascular (RCV) em doentes com dislipidemia. Pretendeu-se caracterizar a evolução do perfil lipídico e do RCV de doentes em prevenção primária. Métodos: Estudo retrospetivo com doentes com ≥2 fatores de RCV, seguidos por ≥2 anos numa consulta de metabolismo e risco vascular em Portugal, entre 1995-2015. Neste período, as estatinas foram usadas em dosagem intermédia, conforme a prática do centro. Após consentimento informado, recolheram-se dados dos processos clínicos, na consulta inicial e na última visita. Determinaram-se as variações do perfil lipídico e do RCV e foi avaliada a associação com as variáveis sexo, idade, tempo de observação e tratamentos, por análise bivariada e modelos de regressão linear múltipla. Resultados: De 516 participantes seguidos, em média, por 11,4±4,3 anos, 56,6% eram mulheres e 91,5% fizeram estatinas. O perfil lipídico apresentou melhorias estatisticamente significativas (variação mediana, LDLc: -77,0 mg/dL; HDLc: +19 mg/dL). O RCV mostrou melhorias estatisticamente significativas em todos os algoritmos. Em média, as estatinas foram responsáveis pelo aumento de 7,4 mg/dL no HDLc (independentemente do sexo e outros tratamentos) e pela redução de 51,8 mg/dL no LDLc (independentemente da idade e outros tratamentos). Conclusão: Os resultados deste estudo observacional com um longo seguimento indicam que a prevenção primária, nomeadamente a terapia precoce e prolongada com estatinas de dosagem intermédia em combinação com intervenções no estilo de vida, foi relevante para uma compensação metabólica adequada em doentes com RCV adicional.

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