Jornal de Assistência Farmacêutica e Farmacoeconomia (Jan 2023)

Uma contribuição MCDA para a análise de custo-efetividade de tecnologias para evitar o tromboembolismo venoso em pacientes submetidos à artroplastia total de quadril sob a perspectiva do sistema de saúde público brasileiro

  • Frederico Silva Valentim Sallum,
  • Artur Felipe Siqueira de Brito

DOI
https://doi.org/10.22563/2525-7323.2022.v1.s1.p.74
Journal volume & issue
Vol. 7, no. s.1

Abstract

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Introdução: O tromboembolismo venoso (TEV) é um problema de saúde pública mundial de grande seriedade, sendo a terceira causa de morte cardiovascular. Uma avaliação econômica com o objetivo de identificar a tecnologia mais custo-efetiva em comparação à enoxaparina para evitar o TEV em pacientes submetidos à artroplastia total de quadril na perspectiva do sistema de saúde público brasileiro foi desenvolvida por Brito et al. (2022). Objetivos: O objetivo deste trabalho é complementar a análise das razões de custo-efetividade incrementais (RCEIs) desenvolvidas por Brito et al. (2022), gerando um índice que expresse a preferência de cada tecnologia em relação a enoxaparina, através de uma abordagem MCDA (acrônimo em inglês para análise de decisão multicritério). Métodos: O índice de preferência do método MCDA PROMÉTHÉE II foi calculado para indicar a preferência de cada tecnologia em relação a enoxaparina a partir de 0,00% até 100,00%, usando os mesmos valores de custo total e efetividade usados para calcular as RCEIs. As três tecnologias analisadas (apixabana, rivaroxabana e dabigatrana) e enoxaparina formaram um conjunto de alternativas. O custo total e efetividade total de cada tratamento formaram um conjunto de critérios. Foi atribuído um peso igual a 50,00% para cada critério, pois em uma RCEI o custo incremental representa 50,00% da razão e a efetividade incremental os outros 50,00%. Resultados: Foram alcançadas as seguintes RCEIs e índices de preferência de cada tecnologia sobre a enoxaparina: apixabana demonstrou-se dominante e atingiu um índice de preferência de 70,00%. Dabigatrana obteve RCEI de R$ 36.887,70 e preferência igual a 34,01%. Rivaroxabana atingiu RCEI igual a R$ 133.884,40 e preferência de 36,33%. Conclusão: A abordagem MCDA desenvolvida reforçou a apixabana como melhor alternativa em relação a enoxaparina, apresentando uma preferência de 70,00%. Apesar da dabigatrana apresentar uma RCEI devidamente inferior à rivaroxabana, seus valores de preferência são relativamente próximos.