Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2023)

TRANSPLANTES DE CÉLULAS HEMATOPOIÉTICAS DA MEDULA ÓSSEA, SANGUE PERIFÉRICO E CORDÃO UMBILICAL: UMA COMPARAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DOS ÚLTIMOS 5 ANOS NO BRASIL

  • JA Ferreira,
  • MEBS Canto,
  • ACDB Gomes,
  • FC Rosa,
  • GS Zveibil

Journal volume & issue
Vol. 45
pp. S516 – S517

Abstract

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Objetivo: Analisar as diferenças epidemiológicas das fontes de TMO,e fomentar mais estudos sobre suas indicações, eficiência e intercorrências. Materiais e métodos: Estudo ecológico de série temporal a partir da coleta de dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/DATASUS). Foram estudados os transplantes CTH da MO, Sangue periférico,e proveniente do Cordão Umbilical e Placentário (SCUP) de 2018 a 2022 no Brasil. O trabalho incluiu a análise das fontes de transplante (alogênico e autólogo), regiões e valor gasto. Utilizou-se o meio de estatísticas descritivas para a análise do estudo. Resultados: O total de CTH obtidas de SP e MO nos anos estudados foi de 12.042, o qual foi dividido em: 8.537 do SP, com 73,8% autólogo, 6,2% alogênico e 3.505 transplantes de MO, sendo 53% alogênico aparentado, 27% autólogo, e 20% alogênico não aparentado. Ao comparar as duas fontes em relação às regiões, vemos que o TCTH autólogo de SP obteve a maior quantidade em todas as regiões. Em segundo e terceiro lugar, vem respectivamente o alogênico de SP aparentado e alogênico aparentado de MO na região Sul (n = 407 e 340), Centro Oeste (n = 52 e 20), e Nordeste (n = 383 e 141). Já na região Sudeste, ocorreu uma inversão dessas duas modalidades. Em seguida às outras fontes variam epidemiologicamente por região, se assemelhando apenas com a SCUP sendo a última fonte escolhida. O valor total gasto através do SP foi de aproximadamente 200 milhões, e o da MO foi de 260 milhões. Em relação aos anos, em 2020 o TCTH alogênico de SP aparentado ultrapassa as quantidades de alogênico de MO aparentado, ficando atrás do autólogo de SP. A obtenção de SCUP pouco variou ao longo dos anos estudos com o total de 23 casos, sendo 17 na região Sudeste e 6 na região Sul. Discussão: O SP tem sido utilizado amplamente como fonte de CTH para o TMO, dominando todas as regiões ao longo desses últimos anos. Em relação a segunda opção de fonte, é visto uma mudança epidemiológica nas regiões, como o Sudeste, que com maior quantidade populacional não seguiu as outras regiões ao ter como segunda principal fonte o alogênico de MO ao invés do alogênico de SP aparentado, impelindo discussões das premissas dessa preferência, visto o gasto público da mesma. Outro fato, são os números poucos expressivos de SCUP, já que sua utilização é uma alternativa terapêutica viável e em expansão no Brasil e no restante do mundo, apesar de suas limitações e da necessidade de ampliação das pesquisas nesta área. Conclusão: É evidente a necessidade de mais estudos e pesquisas nessa área para que profissionais possam se respaldar na correta escolha de fonte para o TMO, levando em consideração a individualização do tratamento e outros aspectos, como: estado e agressividade da doença, características do receptor e doador, fatores de risco, doença do enxerto-contra-hospedeiro, recidivas e custo total.