Jornal de Assistência Farmacêutica e Farmacoeconomia (Jan 2023)

Avaliação do programa de fornecimento das fórmulas nutricionais padronizadas nas farmácias cidadãs do Espírito Santo (ES)

  • Narjara Laranja de Souza Pedroni,
  • Domenik Lenz,
  • Tadeu Uggere de Andrade,
  • Denise Coutinho Endringer

DOI
https://doi.org/10.22563/2525-7323.2016.v1.s1.p.16
Journal volume & issue
Vol. 1, no. s. 1

Abstract

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Introdução: Trata-se de uma parcela de um estudo que visa realizar o diagnóstico do serviço de dispensação de Fórmulas Nutricionais nas Farmácias Cidadãs do Espírito Santo (ES) cujas etapas compreendem: análise processual, entrevistas com pacientes ou seus procuradores e entrevistas com os Farmacêuticos responsáveis pelo fornecimento. Material e Métodos: Foram analisados 1.797 processos, de sete farmácias cidadãs do ES (Cachoeiro de Itapemirim, Colatina, Linhares, Metropolitana, São Mateus, Serra e Vitória), utilizando-se de um formulário com perguntas semiestruturadas elaboradas conforme a Portaria 0-54-ES. Dados quantitativos foram expressos com a média ± desvio padrão. Todos os dados obtidos foram incluídos numa tabela do Excel 2010 para posterior tratamento estatístico. Resultados e Discussão: Dos processos analisados, foram incluídos 205 pacientes, sendo a maioria mulheres (n= 101), declaradas brancas, com mais de 65 anos, representadas legalmente por procuradores (91,15%). O estado nutricional não foi relatado em 43% dos pacientes, a média de peso prevalente foi de 56,7kg. No entanto, pelo menos 60% não apresentou o índice de massa corporal como dado antropométrico. Relataram que fazem uso de fórmulas nutricionais pela via gastrostomia 55,12% e a mesma quantidade apresentavam três ou mais doenças além do CID relatado para o fornecimento da formulação. As doenças citadas foram de natureza crônica e degenerativa que requerem tratamento por tempo indeterminado. Desta forma, 53% relataram fazer uso contínuo da alimentação enteral fornecida pela Farmácia Cidadã estadual e o que justifica a via por gastrostomia, acesso que permite um tempo maior de terapia nutricional enteral. Foi observado que 101 processos tiveram origem no SUS. No entanto, menos que 30% apresentavam todos os dados preenchidos no laudo para fornecimento de fórmulas nutricionais. Conclusão: Os processos analisados indicam que os pacientes que fazem uso de fórmulas nutricionais provêm de demanda do SUS e que requerem tratamento de longo prazo, sem previsão de término, visto que são, em sua maioria, idosos e com doenças degenerativas e/ou crônicas. A maior parte dos pacientes apresentam os critérios de inclusão para receber o alimento. Entretanto, dados essenciais, tais como IMC, estado nutricional e exames laboratoriais e antropométricos são omitidos de modo a dificultar a análise do trimestral do processo, requisito fundamental para continuidade do tratamento nutricional.