Brazilian Journal of Infectious Diseases (Oct 2024)

EP-007 - ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DA VACINAÇÃO DE HEPATITE B EM RECÉM NASCIDOS NO BRASIL DURANTE OS ANOS DE 2017 A 2022

  • Isadora Pereira do Nascimento,
  • Kamilla Villa Brocca,
  • Sara de Lima Bento,
  • Larissa Moço Bravin

Journal volume & issue
Vol. 28
p. 103937

Abstract

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Introdução: A vacina de Hepatite B é fornecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no calendário de vacinação infantil e é uma medida essencial para proteger contra a doença, potencialmente fatal, ela é indicada para esquema de vacinação em primeira dose o mais precocemente possível, preferencialmente nas primeiras 12 horas após o nascimento, ainda na maternidade, podendo ser administrada até 30 dias após o nascimento. Embora tenha demonstrado ser altamente segura e eficaz, a implementação de programas de vacinação enfrenta desafios, a falta de acesso a serviços de saúde e conscientização da importância da vacinação podem dificultar a cobertura vacinal. Objetivo: Descrever a cobertura vacinal de Hepatite B em crianças com até 30 dais de vida entre os anos de 2017 e 2022 nas diferentes regiões do país. Método: Estudo ecológico realizado a partir dos dados secundários do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI) situados no DATASUS (Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde). Foram coletadas informações da taxa de cobertura vacinal por região do país dos anos de 2017 a 2022. A análise estatística descritiva foi realizada no Microsoft Excel através do cálculo da diferença de frequência percentual por região de notificação. Resultados: Observou-se que nenhuma das regiões do país atendeu a meta de cobertura vacinal de 95% para a dose de hepatite B infantil antes dos primeiros 30 dias de vida. No entanto, a região Centro-Oeste apresentou a maior taxa de cobertura vacinal (85,3%) e a região Sul a menor cobertura (75,6%). O ano de 2020 apresentou menor taxa de cobertura, com apenas 70% dos nascidos vivos vacinados. A queda da cobertura vacinal não é um fenômeno exclusivo do Brasil. Desde 2013, o Brasil não atinge a meta de primeira dose de Hepatite B. Entre as causas do baixo índice de adesão vacinal, estão a falta de campanhas que conscientizem sobre a importância da vacina, movimentos ideológicos anti-vacinais, escassez de postos vacinais e horários de funcionamento limitados das unidades de saúde. Conclusão: Através dos dados, observou-se uma manutenção das baixas taxas de cobertura vacinal ao longo dos anos, revelando uma carência na imunização das novas gerações. Isso reflete de forma negativa na saúde pública, com possibilidade de aumento no número de casos/ano de Hepatite B, colocando em risco o plano de erradicação das doenças infecciosas.