Estudos Semióticos (Apr 2024)

O retrato

  • Iúri Lotman

DOI
https://doi.org/10.11606/issn.1980-4016.esse.2024.221773
Journal volume & issue
Vol. 20, no. 1

Abstract

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A visão do rosto humano sempre exerceu sobre nós uma poderosa atração. Seja em pintura ou fotografia, no cinema ou no teatro, a representação da figura humana desperta no espectador uma gama variada de emoções que vão desde a simples identificação de uma pessoa até o mistério inesgotável da obra de arte nos museus, passando pela história dos costumes e a função religiosa dos ícones. Lotman nos adverte de que justamente por retrato ser o gênero mais simples, ele é também o mais sofisticado: “O retrato é uma espécie de espelho duplo: nele a arte se reflete na vida e a vida se reflete na arte”. Nesse que foi um de seus últimos trabalhos, Lotman descreve a trajetória do retrato na pintura através das épocas. Diz ele: “Em essência, todo o conjunto de retratos pode ser considerado como um conjunto polissêmico de significados da palavra ‘ser humano’”. O retrato, atravessando as sociedades e as tendências, jamais deixou de ser esse mistério que ao mesmo tempo revela e esconde a alma.

Keywords