Brazilian Journal of Infectious Diseases (Oct 2024)

EP-171 - PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE ANTIMICROBIANOS DE UM HOSPITAL REFERÊNCIA EM DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS DA CIDADE DE SÃO PAULO

  • Sayonara Scota,
  • Aline Aparecida Carneiro de Souza,
  • Regia Damous Fontenele Feijó,
  • Yu Ching Lian,
  • Aline Santos Ibanes,
  • Nilton José Fernandes Cavalcante,
  • Caroline Thomaz Panico,
  • Raquel Keiko de Luca Ito

Journal volume & issue
Vol. 28
p. 104093

Abstract

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Introdução: A resistência microbiana aos antimicrobianos (ATM) é um grande problema de saúde pública em todo o mundo. Os Programas de Gerenciamento de Antimicrobianos (PGA) reduzem o uso inadequado de antimicrobianos e aumentam a segurança do paciente. Objetivo: Descrever o PGA exercido em 2023 pelo Serviço de Controle de infecção hospitalar (SCIH). Método: Trata-se de um estudo observacional, descritivo e retrospectivo sobre o PGA realizado em um hospital de ensino referência em infectologia na cidade de São Paulo no ano de 2023 nos setores de pronto-socorro, enfermarias e unidade de terapia intensiva. No PGA o médico da unidade assistencial solicita os antimicrobianos de uso controlado pelo SCIH (amicacina, cefalosporinas de 3ª. e 4ª geração, ciprofloxacina, daptomicina, linezolida, carbapenêmicos, equinocandinas, polimixina B, glicopeptideos, piperacilina-tazobactam, ceftazidima-avibactam e anfotericina B lipossomal) e este avalia posteriormente. A análise da solicitação considera: o ATM solicitado, tempo de tratamento, avaliação clínica do paciente, se é comunitária ou hospitalar e exames complementares; posteriormente ocorre a orientação de modo a manter a solicitação, substituir ou suspender. A discussão do caso ocorre com o corpo clínico prescritor responsável pelo paciente. Resultados: No ano de 2023 houve 1846 solicitações de ATM para o setor do SCIH. Destes, 1394 (75,5%) foram liberados e 452 (24,5%) não foram liberados. Dentre os principais ATB liberados: Meropenem (366; 26,3%), Vancomicina (334; 24,0%), Piperacilina e tazobactam sódico (234; 17,0%), Polimixina B (98; 7,0%), Anidulafungina (73; 5,2%), Linezolida (61; 4,4%, Amicacina (53; 3,8%) e outros (172; 12,3%). Com relação às drogas não liberadas: Vancomicina (91; 20,1%), Meropenem (90; 19,9%) e Piperacilina e tazobactam sódico (64; 14,2%), perfazendo 54,2% das solicitações não liberadas. Com relação aos motivos da não liberação, destaca-se que em 214 (47,3%) ocorreu modificação do ATM, como: descalonamento ou alteração para outro espectro. Conclusão: O SCIH atua auxiliando na antibioticoterapia e na promoção da melhora na adesão das boas práticas do uso desses medicamentos.