Revista de Saúde Pública (Feb 2012)
Tráfego veicular e mortalidade por doenças do aparelho circulatório em homens adultos Tráfico vehicular y mortalidad por enfermedades del aparato circulatorio en hombres Motor vehicle traffic and cardiovascular mortality in male adults
Abstract
OBJETIVO: Analisar a associação entre indicadores de exposição à poluição por tráfego veicular e mortalidade por doenças do aparelho circulatório em homens adultos. MÉTODOS: Foram analisadas informações sobre vias e volume de tráfego no ano de 2007 fornecidas pela companhia de engenharia de tráfego local. Mortalidade por doenças do aparelho circulatório no ano de 2005 entre homens > 40 anos foram obtidas do registro de mortalidade do Programa de Aprimoramento de Informações de Mortalidade do Município de São Paulo, SP. Dados socioeconômicos do Censo 2000 e informações sobre a localização dos serviços de saúde também foram coletados. A exposição foi avaliada pela densidade de vias e volume de tráfego para cada distrito administrativo. Foi calculada regressão (α = 5%) entre esses indicadores de exposição e as taxas de mortalidade padronizadas, ajustando os modelos para variáveis socioeconômicas, número de serviços de saúde nos distritos e autocorrelação espacial. RESULTADOS: A correlação entre densidade de vias e volume de tráfego foi modesta (r² = 0,28). Os distritos do centro apresentaram os maiores valores de densidade de vias. O modelo de regressão espacial de densidade de vias indicou associação com mortalidade por doenças do aparelho circulatório (p = 0,017). Não se observou associação no modelo de volume de tráfego. Em ambos os modelos - vias e volume de tráfego (veículos leves/pesados) - a variável socioeconômica foi estatisticamente significante. CONCLUSÕES: A associação entre mortalidade por doenças do aparelho circulatório e densidade de vias converge com a literatura e encoraja a realização de mais estudos epidemiológicos em nível individual e com métodos mais acurados de avaliação da exposição.OBJETIVO: Analizar la asociación entre indicadores de exposición a la contaminación por tráfico vehicular y mortalidad por enfermedades del aparato circulatorio en hombres adultos. MéTODOS: Se analizaron informaciones sobre vía y volumen de tráfico para 2007 suministradas por la compañía de ingeniería de tráfico local. La mortalidad por enfermedades del aparato circulatorio en 2005 entre hombres = 40 años fue obtenida del registro de mortalidad del Programa de Mejoramiento de Informaciones de Mortalidad del Municipio de Sao Paulo, Sureste de Brasil. Datos socioeconómicos del Ceso 2000 e informaciones de la localización de los servicios de salud también fueron colectados. La exposición fue evaluada por la densidad de las vías y volumen de tráfico para cada distrito administrativo. Se calculó la regresión (a=5%) entre estos indicadores de exposición y las tasas de mortalidad estandarizadas, ajustando los modelos para variables socioeconómicas, número de servicios de salud en los distritos y autocorrelación espacial. RESULTADOS: La correlación entre densidad de vías y volumen de tráfico fue modesta (r2=0,28). Los distritos del centro presentaron los mayores valores de densidad de vías. El modelo de regresión espacial de densidad de vías indicó asociación con mortalidad por enfermedades del aparato circulatorio (p=0,017). No se observó asociación en el modelo de volumen de tráfico En ambos modelos - vías y volumen de tráfico (vehículos livianos/pesados) - la variable socioeconómica fue estadísticamente significativa. CONCLUSIONES: La asociación entre mortalidad por enfermedades del aparato circulatorio y densidad de vías converge con la literatura y anima a la realización de más estudios epidemiológicos a nivel individual y con métodos más adecuados de evaluación de la exposición.OBJECTIVE: To assess the association between indicators of exposure to motor vehicle-related air pollution and cardiovascular mortality in male adults. METHODS: Information on roads and traffic volume for the year 2007 in the city of São Paulo, Southeastern Brazil, was obtained from the local Traffic Engineering Division. Data on mortality from cardiovascular diseases among men aged >40 years in 2005 were obtained from the mortality database of the city of São Paulo. Socioeconomic data from the 2000 Population Census and information on location of health care units were also collected. Exposure was assessed by road density and traffic volume for each geographic unit (administrative districts). Spatial regression (α= 5%) between these indicators of exposure and standardized mortality rates from cardiovascular diseases were estimated. The models were adjusted for socioeconomic variables, number of health care units in the districts and spatial autocorrelation. RESULTS: It was found a modest correlation between road density and traffic volume (r² = 0.28). The central districts had the highest road densities. The spatial regression model of road density showed an association with mortality from cardiovascular diseases (p = 0.017). No association was found in the model of traffic volume. The socioeconomic variable was statistically significant in both models of road and traffic volume. CONCLUSIONS: The association between mortality from cardiovascular diseases and road density is consistent with literature data. Further individual-level epidemiological studies should be performed using more accurate methods for the assessment of exposure.