Revista de Saúde Pública (Oct 2002)

Assistência obstétrica e risco de internação na rede de hospitais do Estado do Rio de Janeiro Obstetrical inpatient care and hospitalization risks in hospitals of Brazil

  • Joyce MA Schramm,
  • Célia L Szwarcwald,
  • Maria AP Esteves

DOI
https://doi.org/10.1590/S0034-89102002000600008
Journal volume & issue
Vol. 36, no. 5
pp. 590 – 597

Abstract

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OBJETIVO: Estudar a variação das taxas de mortalidade neonatal precoce, natimortalidade e de um conjunto de indicadores da rede de hospitais que prestaram atenção obstétrica ao Sistema Único de Saúde, visando o monitoramento das unidades hospitalares a partir do Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS) e do Sistema de Nascidos Vivos (SINASC). MÉTODOS: Em 1997, 135 hospitais do Estado do Rio de Janeiro foram estudados por meio da análise estatística fatorial, pelo método de componentes principais. Estabeleceu-se a distribuição dos escores dos estabelecimentos nos dois primeiros componentes, o que permitiu classificar os hospitais segundo o perfil de risco materno das internações e os resultados da assistência. RESULTADOS: Observou-se que a rede obstétrica do Sistema Único de Saúde no Estado, responsável por cerca de 77,8% dos partos, possui 23% dos hospitais que realizam menos de 100 partos/ano. Entre os hospitais com perfil de internação de extremo risco materno e baixo desempenho encontram-se unidades consideradas referência para gestação de alto risco. Observou-se que 5% dos hospitais possuidores de estruturas de baixa complexidade apresentaram um perfil de risco materno alto e resultados da assistência questionáveis. CONCLUSÕES: O SIH/SUS mostrou ser uma importante fonte de dados para monitorar a natimortalidade e a mortalidade neonatal precoce hospitalares e para o planejamento das ações de vigilância das unidades hospitalares obstétricas e neonatais.OBJECTIVE: To analyze variations in early neonatal mortality, stillbirth rates, and a set of indicators collected from obstetric hospitals affiliated to the Brazilian National Unified Health System (SUS) for their monitoring through the Hospital Data System (SIH/SUS) and Live Births Data System (SINASC). METHODS: One-hundred and thirty five hospitals in the state of Rio de Janeiro were assessed in 1997. Factor analysis was conducted using principal components. Score distribution for the first two components were established, which allowed to classify hospitals according to maternal risk profile and care outcomes. RESULTS: Hospitals affiliated to SUS were responsible for 77.8% of all deliveries in the state of Rio de Janeiro and 23% of them performed fewer than 100 deliveries a year. Among hospitals of extreme high maternal risk and low performance, there were several units considered as referral centers for high-risk pregnancy. It was also observed that 5% of hospital units with low complexity infrastructures showed a profile of high maternal risk and questionable care outcomes. CONCLUSIONS: The Hospital Information Data System affiliated to the National Unified Health System has proven to be an important information source for monitoring hospital stillbirth and early neonatal mortality rates as well as for planning surveillance actions for health services providing obstetric and/or neonatal care.

Keywords