Revista de Saúde Pública (Dec 2008)
Determinantes precoces da pressão arterial em adultos da coorte de nascimentos de 1982, Pelotas, RS Determinantes precoces de la presión arterial en adultos de la cohorte de nacimientos de 1982, Pelotas, Sur de Brasil Early determinants of blood pressure among adults of the 1982 birth cohort, Pelotas, Southern Brazil
Abstract
OBJETIVO: Avaliar os efeitos de exposições ocorridas na gestação ou nos primeiros anos de vida sobre a pressão arterial. MÉTODOS: Estudo de coorte com todas as crianças nascidas em 1982 nas maternidades da cidade de Pelotas, RS. As mães residentes em área urbana foram entrevistadas e as crianças, acompanhadas em diferentes ocasiões. Em 2004-5, buscou-se acompanhar todos os indivíduos da coorte. A pressão arterial foi medida duas vezes, no início e no final da entrevista, com esfigmomanômetro digital de pulso. Foi avaliada a associação entre pressão arterial e as seguintes variáveis: cor da pele; escolaridade materna; renda familiar ao nascer; mudança de renda entre o nascimento e os 23 anos de idade; peso ao nascer e duração da amamentação. A análise de variância foi utilizada para a comparação de médias e os modelos lineares generalizados na análise ajustada. RESULTADOS: Obteve-se a medida da pressão arterial para 4.291 indivíduos, 2.208 do sexo masculino e 2.083 do sexo feminino. A média das medidas da pressão arterial sistólica foi de 117,5±15,0 mmHg e da diastólica, de 73,6±11,5 mmHg. Entre os homens, a pressão arterial sistólica foi maior nos indivíduos de cor da pele preta ou parda e naqueles que nunca foram considerados pobres. A pressão diastólica esteve associada apenas com o peso ao nascer. Entre as mulheres, a pressão arterial sistólica foi maior nas de cor da pele preta ou parda, cuja escolaridade materna era maior ou igual a 12 anos ou com peso ao nascer menor do que 4.000 g. CONCLUSÕES:Para ambos os sexos apenas a cor da pele esteve associada com a pressão arterial. A amamentação não teve efeito em longo prazo sobre a pressão arterial, e para o peso ao nascer e o nível socioeconômico, as associações não foram consistentes.OBJETIVO: Evaluar los efectos de exposiciones ocurridas en la gestación o en los primeros años de vida sobre la presión arterial. MÉTODOS: Estudio de cohorte con todos los niños nacidos en 1982 en las maternidades de la ciudad de Pelotas (Sur de Brasil). Las madres residentes en área urbana fueron entrevistadas y los niños, acompañados en diferentes ocasiones. En 2004-5, se buscó acompañar todos los individuos de la cohorte. La presión arterial fue medida dos veces, en el inicio y al final de la entrevista, con esfigmomanómetro digital de pulso. Fue evaluada la asociación entre presión arterial y las siguientes variables: color de la piel, escolaridad materna, renta familiar al nacer, cambio de renta entre el nacimiento y los 23 años de edad, peso al nacer y duración del amamantamiento. El análisis de varianza fue utilizado para la comparación de promedio y los modelos lineares generalizados en el análisis ajustado. RESULTADOS: Se obtuvo la medida de presión arterial para 4.291 individuos, 2.208 del sexo masculino y 2.083 del sexo femenino. El promedio de las medidas de presión arterial sistólica fue de 117,5±15,0 mmHg y de la diastólica, de 73,6±11,5 mmHg. Entre los hombres, la presión arterial sistólica fue mayor en los individuos de color de piel negra o parda y en aquellos que nunca fueron considerados pobres. La presión diastólica estuvo asociada apenas con el peso al nacer. Entre las mujeres, la presión arterial sistólica fue mayor en las de color de piel negra o parda, cuya escolaridad materna era mayor o igual a 12 años o con peso al nacer menor de 4.000 g. CONCLUSIONES: Para ambos sexos apenas el color de la piel estuvo asociado con la presión arterial. El amamantamiento no tuvo efecto a largo plazo sobre la presión arterial, y para el peso al nacer y el nivel socioeconómico, las asociaciones no fueron consistentes.OBJECTIVE: To evaluate the effects of exposure occurring during pregnancy or the first years of life on blood pressure. METHODS: Cohort study on all children born in 1982 in maternity hospitals in the city of Pelotas, Southern Brazil. The mothers living in the urban area were interviewed and the children were followed up on different occasions. In 2004-5, all the individuals in the cohort were sought for monitoring. Their blood pressure was measured twice, at the start and end of the interview, using a digital wrist sphygmomanometer. Associations between blood pressure and the following variables were evaluated: skin color; maternal schooling level; family income at birth; change in income between birth and 23 years of age; birth weight; and duration of breastfeeding. Analysis of variance was used to compare the means and a generalized linear model was used in the adjusted analysis. RESULTS: Blood pressure measurements were obtained from 4,291 individuals: 2,208 males and 2,083 females. The mean systolic blood pressure was 117.5 ± 15.0 mmHg and the mean diastolic was 73.6 ± 11.5 mmHg. Among the men, systolic blood pressure was higher among those of black or brown skin color and among those who were never considered poor. Diastolic pressure was only associated with birth weight. Among the women, systolic blood pressure was greater among those of black or brown skin color whose mothers' schooling level was greater than or equal to 12 years or whose birth weight was less than 4,000 g. CONCLUSIONS: For both sexes, only skin color was associated with blood pressure. Breastfeeding did not have any long-term effect on blood pressure and the associations for birth weight and socioeconomic level were inconsistent.
Keywords