Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia (Mar 2007)

Tratamento de primeira linha no Mieloma Múltiplo First line treatment in Multiple Myeloma

  • Gisele W. B. Colleoni

DOI
https://doi.org/10.1590/S1516-84842007000100008
Journal volume & issue
Vol. 29, no. 1
pp. 31 – 35

Abstract

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A presente revisão tem por objetivo avaliar o estado atual do tratamento de primeira linha dos pacientes com MM. O paciente com MM assintomático não deve receber tratamento ao diagnóstico, mas apenas quando surgirem indicações. Para o paciente sintomático (anemia, hipercalcemia, alteração da função renal, presença de lesões líticas ou plasmocitoma extramedular, aumento progressivo do componente-M no soro e/ou urina), o tratamento deverá ser rapidamente instituído. Aqueles pacientes com menos de 65-70 anos, com bom performance status, sem comorbidades e com função renal próxima do normal são potencialmente candidatos à consolidação com altas doses de quimioterapia seguidas de transplante autólogo de células-tronco hematopoéticas. Portanto, não devem utilizar drogas alquilantes para evitar prejuízos à mobilização das células-tronco. São opções: dexametasona, VAD e talidomida (com ou sem dexametasona). Os pacientes com mais de 65-70 anos, com performance status ruim, comorbidades e com função renal alterada podem receber tratamento com agentes alquilantes (por exemplo, melfalano e prednisona, com ou sem talidomida) pois não serão submetidos a transplante. O principal objetivo nesses casos é atingir resposta com mínima toxicidade.The aim of this review is to evaluate the current status of first line treatment in multiple myeloma. Asymptomatic patients should not receive treatment at diagnosis. However, symptomatic patients (anemia, hypercalcemia, deterioration in renal function, lytic lesions or extramedullary plasmacytomas, increase of M-component in serum or urine) should receive treatment as soon as possible. Patients younger than 65-70 years old with good performance status, no concurrent diseases and normal renal function are possible candidates for consolidation using high-dose chemotherapy followed by stem-cell transplantation. Therefore, they should not receive drugs that could potentially interfere with stem-cell mobilization (such as alkylating agents). Thus, their treatment options are: dexamethasone, VAD and thalidomide (with or without dexamethasone). Thalidomide should be preferentially used in the context of clinical trials due to increased risks of neuropathy and thrombosis. Patients older than 65-70 years old and those with bad performance status, concurrent diseases or deterioration of renal function can receive alkylating agents (such as melphalan/prednisone) because they are not candidates for stem cell transplantation. The aim of their treatment is to reach a disease plateau with low toxicity rates. Other alkylating agents, thalidomide and corticosteroid combinations have higher response rates than melphalan/prednisone however, these combinations present more side effects and do not increase overall survival.

Keywords