Revista de Saúde Pública do Paraná (Dec 2024)

Instrumento de adesão ao tratamento medicamentoso: potencialidades e fragilidades em um centro de atenção psicossocial

  • Cintia Soares do Rozario,
  • Rejane Cristina Teixeira Tabuti

Journal volume & issue
Vol. 6, no. Supl. 1
pp. 1 – 57

Abstract

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Esta pesquisa verificou a adesão e conhecimento de pessoas com transtornos mentais com relação a sua terapêutica e teve como objetivo elaborar um instrumento de adesão ao tratamento medicamentoso como ferramenta terapêutica para auxiliar pessoas em tratamento. Tratou-se de um Projeto de Intervenção, em que a coleta de dados foi realizada no Centro de Atenção Psicossocial -CAPS II no município de Pinhais- PR, mediante análise de prontuário e entrevista individual semiestruturada. Foram selecionados treze usuários que no momento apresentavam dificuldades acerca do uso de psicofármacos na visão da equipe multidisciplinar do CAPS II, seja pelo medo da dependência, resistência ao uso, efeitos colaterais causados pelos psicofármacos, dificuldade na compreensão da medicação, desorganização em ambiente familiar, abandono ou interrupção do tratamento no momento em que percebe melhora, traduzindo uma baixa adesão ao tratamento medicamentoso. No decorrer desta pesquisa emergiram 2 categorias como resultados: 1) Potencialidades para a adesão ao uso de psicofármacos, sendo elas: Comunicação efetiva, atendimento da equipe multiprofissional, fé e espiritualidade, medicação supervisionada e o sentir-se melhor. 2) Fragilidades para a adesão ao uso de psicofármacos, onde foram identificadas cinco causas, sendo elas: Falta de apoio familiar, efeitos colaterais, falta de comprometimento, fanatismo religioso e o sentir-se melhor. Por fim, evidencia-se que o uso dos psicofármacos durante o tratamento é permeado continuamente por diversos fatores que fragilizam e potencializam a manutenção regular do tratamento medicamentoso. Concluiu-se que há necessidade da busca por conhecimento para efetivas ações educativas em saúde e novas estratégias que fortaleçam a autonomia considerando suas reais necessidades e incentivando a família como rede de apoio ao usuário com transtornos mentais.

Keywords