Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (Jun 1998)

Aspectos evolutivos da hepatite C pós-transfusional. Revisão de 175 casos

  • Henrique Sérgio Moraes Coelho,
  • Fátima Aparecida Ferreira Figueiredo,
  • Jorge André Segadas,
  • Vera Lúcia Panaim,
  • Carmem Martins Nogueira,
  • Cledson Reis Silva,
  • Tatiana Jardim Mussi

Journal volume & issue
Vol. 31, no. 3
pp. 295 – 300

Abstract

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O vírus da hepatite C é o principal responsável pela hepatite pós-transfusional e sua progressão para hepatite crônica, cirrose e carcinoma hepatocelular é muito comum. A fim de avaliar frequência, tempo e fatores relacionados à progressão da hepatite C, estudamos 175 pacientes com hepatite C pós-transfusional. Estes foram divididos em 2 grupos com cirrose (n = 92) e sem cirrose (n = 83). O tempo médio de desenvolvimento de cirrose foi de 11 ± 6 anos. Pacientes com cirrose eram mais velhos à época da transfusão, apresentavam maior prevalência de alcoolismo e tinham tempo de evolução mais longo. O prognóstico foi pior no grupo com cirrose com 28,4% de mortalidade e 9,1% de carcinoma hepatocelular, comparados a 5,5% e 0% no grupo sem cirrose, respectivamente. Concluímos que a hepatite C pós-transfusional é uma doença progressiva, que se agrava com o passar do tempo, progridindo mais rapidamente em idosos e pacientes com outros fatores de agressão hepática.

Keywords