Revista Brasileira de Inovação (May 2013)
O impacto da interação universidade-empresa na produtividade dos pesquisadores: uma análise para as ciências exatas e da terra nas universidades estaduais paulistas
Abstract
This paper presents estimates for the impact of university-industry (U-I) relationship in the quantity and quality of academic output. We estimate a panel data model with information from 316 researchers in Exact and Earth Sciences, collected in the Directory of Research Groups of the CNPq, the Lattes Platform and the Institute for Scientific Information (ISI) for the period 2001 to 2006. We found that, on average, scientists who practice (U-I) relationship are more productive than those who do not. However, the results suggest that the (U-I) relationship may not have positive effect or even have a negative impact on the numbers of articles published, when estimated a fixed-effects model. Qualitatively, the evidence indicates that the U-I relationship has no effect on the scientific productivity measured by the impact factor (IFPA) of the researchers. The peak productivity for the researchers listed in the sample is around 30 years after obtaining PhD. In addition to non-observable components, such variables as gender, number of doctoral students and institutional affiliation were also important in explaining differences in the quantity and quality of articles published in the period.Este trabalho apresenta estimações para o impacto da parceria universidade-empresa (U-E) na quantidade e qualidade da produção docente. São estimados modelos com dados em painel com informações de 316 pesquisadores de Ciências Exatas e da Terra, coletadas no Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq, na Plataforma Lattes e no Institute for Scientific Information (ISI) para o período de 2001 a 2006. Verificou-se que, em média, os pesquisadores que interagem com o setor privado são mais produtivos do que aqueles que não realizam a cooperação, em concordância com a literatura internacional. Entretanto, os resultados encontrados sugerem que a interação U-E pode não apresentar impacto positivo ou até mesmo ter efeito negativo sobre o número de artigos publicados, segundo a estimação de efeitos fixos. Por outro lado, não há evidências de que a interação U-E afeta a produtividade mensurada pelo fator de impacto (IFPA) dos artigos publicados. O pico produtivo para os pesquisadores constantes na amostra situa-se em torno dos 30 anos após a conclusão do doutorado. Além de componentes não-observáveis, variáveis como sexo, número de orientações de doutorado e vínculo institucional também foram importantes para explicar diferenças na quantidade e qualidade dos artigos publicados no período.