Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial (Oct 2006)
Estratégias auxiliares para graduação dos tumores astrocíticos segundo os critérios histopatológicos estabelecidos pela OMS Auxiliary strategies for astrocytic tumor graduation according to histopathological criteria established by WHO
Abstract
INTRODUÇÃO: Apesar das recentes descobertas acerca das alterações moleculares envolvidas na tumorigênese dos astrocitomas, a análise histológica convencional permanece o melhor método diagnóstico e razoável indicador prognóstico dos tumores astrocíticos. Todavia, a rotina histopatológica preconizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) mostra-se laboriosa, sendo marcada pela baixa reprodutibilidade. OBJETIVO: O presente estudo objetivou desenvolver estratégias auxiliares para graduação dos tumores astrocíticos a partir dos critérios histológicos estabelecidos pela OMS. MATERIAL E MÉTODO: Procedeu-se à análise clínico-epidemiológica e à reavaliação histopatológica de 55 astrocitomas de diferentes gradações (13 grau I, 14 grau II, sete grau III e 21 grau IV) e de cinco amostras de tecido cerebral não-tumoral (grupo controle). RESULTADOS: A distribuição por idade, por sexo e pela localização tumoral dos portadores dessas neoplasias reproduziu, de um modo geral, as tendências mundiais. A presença de células gigantes multinucleadas e de gemistócitos foi associada à malignidade tumoral. Os achados histopatológicos avaliados segundo critérios semiquantitativos e pelo modelo de aprendizagem CART confirmaram a gradação original, reiterando a aplicabilidade e a reprodutibilidade dos mesmos. CONCLUSÃO: Tais resultados indicaram a árvore de decisão CART e o somatório de escores semiquantitativos como estratégias práticas e auxiliares para a graduação dos astrocitomas segundo os critérios da OMS.BACKGROUND: Despite recent discoveries concerning molecular alterations involved in astrocytoma tumorigenesis, the conventional histological analysis remains the best diagnostic method and a reasonable prognostic indicator for astrocytic tumors. However, the histopathological routine recommended by the World Health Organization (WHO) is laborious and marked by low reproducibility. OBJECTIVE: The present study aimed to develop auxiliary strategies for astrocytic tumor graduation according to histological criteria established by WHO. MATERIAL AND METHOD: A clinical and epidemiological analysis and a histopathological evaluation were performed in 55 astrocytomas of different graduations (13 grade I, 14 grade II, seven grade III, 21 grade IV) and five samples of non-tumor tissue (control group). RESULTS: The distribution by age, sex, and tumor localization of astrocytomas in patients reproduced, in a general way, worldwide trends. The presence of multinucleated cells and gemistocytes was associated with tumoral malignancy. The histopathological findings evaluated through semi-quantitative criteria and CART modeling confirmed the primary classification, reaffirming their applicability and reproducibility. CONCLUSION: These results indicate the CART decision tree and the totality of semi-quantitative scores as practical and auxiliary strategies for astrocytoma graduation as stated by WHO criteria.
Keywords