Caminhos de Geografia (Apr 2011)
UNIDADES DE PAISAGEM DA BACIA DO RIO JEQUITINHONHA, EM MINAS GERAIS: SUBSÍDIOS PARA A GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS
Abstract
A análise de aspectos fisiográficos, bióticos e antrópicos das bacias hidrográficas deve oferecer subsídios efetivos para o processo de determinação de pontos de maiores e menores restrições hídricas, limites de possíveis irreversibilidades e indicação regionalizada de alternativas de manejo. Nesse contexto, é preciso desenvolver e testar instrumentos destinados à identificação da interação entre o processo de apropriação humana do território e a base natural, em compartimentos espaciais internos às bacias. O presente texto se atém aos aspectos naturais, procurando avaliar a possibilidade de aplicação da abordagem paisagística à gestão de recursos hídricos . A parte mineira da bacia do rio Jequitinhonha foi tomada como estudo de caso. Verifica-se que a região mais heterogênea da bacia abrange a margem esquerda do rio Jequitinhonha, das cabeceiras até a sub-bacia do rio Salinas, onde ocorrem todos os tipos de litologia e feições morfológicas, vegetação e solos presentes na totalidade da área de estudo. Na margem direita do mesmo rio, incorporando a quase totalidade da sub-bacia do rio Araçuaí, predominam amplas chapadas capeadas por sedimentos cenozóicos, vegetação de cerrado e manchas de floresta estacional. No Médio Jequitinhonha, estendendo-se do município de Araçuaí até o extremo jusante da área de estudo, em ambas as margens, predominam as rochas graníticas e gnáissicas, maciços estruturais e intrusões em forma de pontões, vegetação de caatinga no setor oeste e florestas estacionais no setor leste. O relevo fortemente ondulado e os solos muito susceptíveis à erosão são características presentes em todas as unidades de paisagem.