Revista Educação Especial (Oct 2011)

<b>O que há de novo na formação de professores para a Educação Especial?</b>

  • Maria Helena Michels

DOI
https://doi.org/10.5902/1984686X2668
Journal volume & issue
Vol. 24, no. 40

Abstract

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Na esteira de conferências internacionais, as políticas educacionais brasileiras vêm se apoiando em discursos inclusivos. A formação de professores para a educação especial tem sido considerada ponto fulcral para dar sustentabilidade a este discurso. Buscando contribuir com tal discussão, o presente artigo propõe reflexões acerca da política de formação inicial e continuada. Por intermédio de algumas pesquisas desenvolvidas, vimos percebendo que a centralidade na formação de professores para a educação especial está no professor do atendimento educacional especializado (AEE), que apresenta, como ponto central de formação, as técnicas e recursos especializados. Mesmo aquelas ações referentes à articulação com a classe comum estão atreladas ao repasse desses recursos e técnicas, e não à discussão pedagógica. Além disso, a proposição atual de formação de professores não rompe com o modelo de formação tradicionalmente destinado à área. Com tais elementos, podemos considerar que a formação de professores que trabalham com alunos considerados com deficiência está centrada na formação continuada. Tanto essa como a formação inicial não têm como foco central a articulação entre o AEE e a classe comum. Há, ainda, uma preponderância nas formações de um modelo que secundariza o pedagógico e privilegia o médico-psicológico. Em síntese, essa proposição de formação pode sinalizar que a proposta de inclusão em curso no País não pressupõe a apropriação do conhecimento escolar por parte dos alunos com deficiência. Palavras-chave: políticas de inclusão. formação de professores. atendimento educacional especializado.