Boletim de Indústria Animal (Feb 2010)
Análise citogenética de bovinos da raça Pardo-Suíça
Abstract
Em 1985 o plantel de bovinos da raça Pardo-Suíça do Instituto de Zootecnia, da Secretaria da Agricultura e Abastecimento de São Paulo (SAA/SP), APTA, foi analisado citogeneticamente e verificado a presença de translocação Robertsoniana 1/29, anomalia está relacionada com a redução da fertilidade. Neste plantel foi detectado também quimerismo 60,XX/60,XY em fêmeas €œfreemartin€ e em macho gêmeo. O presente estudo teve como objetivo analisar a incidência de anomalias cromossômicas, em animais da raça Pardo-Suíça, descendentes daqueles cariotipados anteriormente. Após 25 anos, 127 bovinos sendo 97 fêmeas e 30 machos, progênies do plantel anterior foram cariotipados através de metáfases obtidas de cultura de linfócitos de sangue periférico. O número diplóide típico dos bovinos de 2n=60 e o cariótipo constituído de 58 autossomos acrocêntricos e dois cromossomos X submetacêntricos foram confirmados em 94 fêmeas, e em 27 machos o complemento sexual formado por um cromossomo X e um Y, ambos submetacêntricos, mas de tamanhos diferentes. Quatro fêmeas nascidas de partos gemelares com machos foram cariotipadas, três apresentaram quimerismo 60,XX/60,XY em suas células sanguíneas (uma com 25,8% de células femininas (XX) e 74,2% de células masculinas (XY); outra 10% de células XX e 90% de XY e a terceira 50% de células de cada tipo), masculinização dos órgãos genitais, sendo diagnosticada como freemartismo e descartadas do plantel por serem consideradas estéreis. Seus três irmãos também apresentaram cariótipos 60,XX/60,XY. Duzentos e cinco células foram analisadas da outra fêmea gêmea, e apenas células tipo 60,XX foram encontradas, sendo diagnosticada como normal, seu irmão gêmeo apresentou somente células 60,XY. Análise citogenética é um método seguro para diagnóstico de freemartismo em fêmeas bovinas gêmeas com macho, fornecendo a oportunidade ao produtor de retirar portadores de quimerismo, do processo reprodutivo, diminuindo eventuais prejuízos com o manejo de animais estéreis. Translocação Robertsoniana não foi detectada em nenhum animal analisado.