Revista Brasileira de Zootecnia (Jul 2011)
Utilização de estrógeno exógeno no início do ciclo estral em vacas leiteiras mestiças Use of exogenous estrogen in the beginning of estrous cycle in crossbred dairy cows
Abstract
O objetivo neste trabalho foi verificar o efeito do estrógeno exógeno em fase precoce do ciclo estral na indução do estro e na dinâmica ovariana de vacas leiteiras. Considerando que a PGF2α não regride o corpo lúteo com menos de cinco dias após o estro, uma das alternativas para a redução do intervalo estral no início do ciclo seria o uso do estrógeno. Foram utilizadas 16 vacas mestiças Holandês-Zebu ciclando regularmente, sem qualquer alteração clínica ou reprodutiva. As vacas foram incluídas ao acaso nos respectivos tratamentos. Oito delas receberam 2,5 mL de cipionato de estradiol no primeiro dia do ciclo estral e oito não receberam (controle). A manifestação de estro foi monitorada visualmente. Os exames ultrassonográficos foram realizados diariamente pela manhã, iniciando no dia do estro. As coletas de sangue para as dosagens de progesterona tiveram início no dia do estro. Os animais que receberam estrógeno no primeiro dia após o estro natural manifestaram os sinais característicos de estro (psíquicos, útero túrgido e muco abundante) um dia após a aplicação. Essa redução do intervalo de estro para apenas dois dias pode favorecer a eliminação de bactérias do útero (quando presentes), aumentando a eficiência reprodutiva. Excetuando o dia da emergência da primeira onda folicular, todas as outras variáveis estudadas (número e comprimento de ondas, características dos folículos dominantes e subordinados, assim como os parâmetros relacionados ao corpo lúteo) não foram afetadas pela aplicação de estrógeno um dia após o estro. A aplicação de cipionato de estradiol em vacas mestiças um dia após o estro natural promove o aparecimento de sinais de estro dois dias após o estro natural mas não afeta as características do ciclo estral subsequente.The objective of this work was to check the effect of exogenous estrogen, in early phase of estrus cycle on the induction of estrus and on ovarian dynamics of dairy cows. By considering that PGF2α does not regress the corpus luteum in less than five days after the estrus, an alternative for the reduction of the estrus interval in the beginning of the cycle would be the use of estrogen. It was used 16 Holstein-zebu crossbred cows cycling regularly, without any clinical or reproductive alterations. Cows were randomly included in their respective treatments. Eight cows received 2.5 mL of estradiol cipionate on the first day of the estrous cycle and eight cows did not receive anything (control). The expression of estrus was monitored visually. The ultrasound scans were conducted daily in the morning, starting on the estrus day. The blood collections for the measurements of the levels of progesterone began on the estrus day. All the animals that received estrogen on the first day after natural estrus showed the estrus characteristical signals (psychics, turgid uterus and abundant mucus) one day after application. This reduction of estrus interval to only two days can promote the elimination of uterus bacteria (if present), consequently enhancing the reproductive efficiency. Except for the the day of the first follicular wave emergence, all the other studied variables (wave number and length, characteristics of dominant and subordinate follicles and the parameters related to the corpus luteum) were not affected by the application of estrogen on the day after the estrus. The application of estradiol cipionate in crossbred cows one day after the natural estrus promote the emergence of estrus sign two days after the natural estrus, without affecting the characteristics of the next estrous cycle.
Keywords