Jornal de Assistência Farmacêutica e Farmacoeconomia (Nov 2023)

Problemas de saúde autolimitados no Brasil e o cuidado farmacêutico em farmácias comunitárias

  • Laís Bié Pinto Bandeira,
  • Laís Rocha Antunes,
  • Audinei Sousa Moura,
  • Tiago Marques Reis,
  • Rafael Santos Santana

DOI
https://doi.org/10.22563/2525-7323.2023.v1.s2.p.76
Journal volume & issue
Vol. 8, no. s. 2

Abstract

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Introdução: O manejo de problemas de saúde autolimitados é uma das práticas que podem ser exercidas para promover o cuidado farmacêutico. Neste serviço, a partir do acolhimento do paciente e da identificação de um problema de saúde autolimitado, o farmacêutico elabora e aplica um plano de cuidado e monitora os resultados da intervenção. A oferta deste serviço é estratégica para promoção de um tratamento assertivo, eficiente e seguro, no entanto, seu conceito ainda não está bem estabelecido mundialmente e no Brasil não existem estudos que o caracterizam. Objetivos: Caracterizar a prática do serviço de manejo de problemas de saúde autolimitados por farmacêuticos, identificando as principais condições de saúde autolimitadas atendidas em farmácias comunitárias brasileiras. Material e Método: Trata-se de um estudo transversal realizado com farmacêuticos brasileiros atuantes em farmácias comunitárias para caracterização do serviço de manejo de problemas de saúde autolimitados. Os participantes da pesquisa responderam um questionário online que investigava a demanda do serviço de manejo de problemas de saúde autolimitados e sua priorização pelos profissionais; a prevalência de 37 problemas autolimitados em farmácias comunitárias; e a qualidade do atendimento através da realização de etapas preconizadas em diretrizes clínicas. Resultados: O questionário foi preenchido por 428 participantes elegíveis para a pesquisa. Embora 59% dos farmacêuticos tenham informado realizar o manejo de problemas de saúde autolimitados, este serviço se manteve subsequente à dispensação de medicamentos, processos de responsabilidade técnica e atividades operacionais. Metade dos problemas investigados são atendidos semanalmente por mais de 60% dos farmacêuticos. Condições dolorosas, respiratórias e gastrointestinais são as mais frequentes em farmácias comunitárias. A maioria dos profissionais que realiza o serviço executa pelo menos uma das etapas de atendimento preconizadas em diretrizes clínicas para este serviço, no entanto, apenas 11% aponta que realiza todas as etapas. Discussão e Conclusões: O serviço de manejo de problemas de saúde autolimitados é realizado pela maioria dos profissionais farmacêuticos que atuam em farmácia comunitária, no entanto, a qualidade da prestação do serviço ainda é deficiente, evidenciando a necessidade de padronização do processo de trabalho durante o atendimento farmacêutico. Através deste trabalho foi possível mapear os principais problemas de saúde autolimitados atendidos por farmacêuticos comunitários, permitindo a reflexão sobre o valor do profissional farmacêutico à população e ao sistema de saúde e possibilitando o planejamento das atividades farmacêuticas.

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