Cadernos de Saúde Pública (Dec 2008)

A profile of unintentional poisoning caused by household cleaning products, disinfectants and pesticides Perfil de intoxicações não intencionais com produtos saneantes de uso doméstico

  • Rosaura de Farias Presgrave,
  • Luiz Antônio Bastos Camacho,
  • Maria Helena Simões Villas Boas

DOI
https://doi.org/10.1590/S0102-311X2008001200019
Journal volume & issue
Vol. 24, no. 12
pp. 2901 – 2908

Abstract

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Unintentional poisoning occurred mainly among children. The leading cause of such poisoning in Brazil, among consumer products was household cleaning products. For this study 2810 calls made to two poison control centers in the State of Rio de Janeiro between January 2000 and December 2002 were analyzed. Children under five were the most vulnerable group. More boys under 10 suffered accidental poisoning than girls, although above this age, the distribution was inverted. The calls received by poison control centers were mainly from health services within the first two hours following poisoning. The most frequent exposure routes were ingestion (90.4%), followed by inhalation (4.3%), skin and eye contact (2.4% and 2% respectively). The products involved were bleach, petroleum derivates, rodenticides and pesticides. The main causes were products within the children's reach, storage in soft drink bottles, food mixed with rodenticides, incorrect product use, and kitchen utensils used for measured cleaning products. The most common outcome was that the patient was cured, although a lot of cases were lost to follow-up. Education programs are necessary in order to avoid these poisonings.Intoxicações não-intencionais ocorrem principalmente na infância. No Brasil, os produtos de limpeza doméstica são as principais causas desses eventos. Para este estudo foram analisados 2.810 casos registrados nos dois centros de controle de intoxicação do Estado do Rio de Janeiro, no período de janeiro de 2000 a dezembro 2002. O grupo mais vulnerável foi o de crianças de até cinco anos de idade. Meninos de até dez anos foram mais intoxicados do que meninas. A partir dessa faixa etária, a distribuição foi invertida. Os centros de controle de intoxicação foram chamados principalmente por serviços de saúde no período de até duas horas após o envenenamento. As vias de exposição mais freqüentes foram ingestão (90,4%), inalação (4,3%), dérmica (2,4%) e ocular (2%). Os produtos envolvidos foram alvejantes, derivados de petróleo, raticidas e pesticidas. As principais causas foram: produto ao alcance de crianças, estocagem em garrafas de refrigerantes, uso de alimentos com raticidas, uso incorreto do produto, e utensílios de cozinha com produtos de limpeza. O desfecho mais freqüente foi cura apesar do grande número de casos perdidos durante o seguimento. São necessários programas educacionais a fim de evitar esses eventos.

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