Educação em Revista (Sep 2020)
A FOTOGRAFIA AGENCIANDO LINHAS DE VIDA NOS COTIDIANOS ESCOLARES
Abstract
RESUMO: O artigo objetiva pensar com crianças, junto a fotografias, a vida que insiste em transbordar em meio às vivências em uma escola pública de ensino fundamental. Diante do ataque capitalístico que sofrem os corpos em um cenário em que a vida é radicalmente empobrecida, discute a possibilidade de uma leitura fotográfica ao inverso dessa força de contenção, acreditando que a vida e a resistência antecedem as tentativas de controle. Utiliza como abordagem metodológica as redes de conversações com crianças, disparadas por fotografias, entendendo que a fotografia produz e força o deslocamento de pensamentos e encontros, pois cria superfícies vibráteis, produz reencontros de tempos e espaços, reinventa o passado e ilumina o presente, podendo suscitar uma potência e uma multiplicidade de criação de sentidos que vivem e morrem entre a intenção do fotógrafo e a imprevisibilidade-impossibilidade de uma única visão da fotografia. Conclui que as crianças buscam expressar linhas de vida que pulsam na relação de seus corpos com outros corpos e incorpóreos em seus cotidianos como um impulso para o movimento de criação.
Keywords