Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2024)

PREVALÊNCIA DE REAÇÃO TRANSFUSIONAL ALÉRGICA EM PACIENTES DE GINECOLOGIA/OBSTETRÍCIA

  • LCA Holanda,
  • VBSC Sampaio,
  • IYS Caitano,
  • WF Lotas,
  • VS Paula,
  • IG Fortes

Journal volume & issue
Vol. 46
p. S846

Abstract

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Objetivo: A prática da transfusão apresenta riscos e o monitoramento das reações transfusionais é crucial para garantir a segurança e a eficácia das transfusões, sobretudo na área de ginecologia/obstetrícia. Objetivo do estudo foi analisar as reações transfusionais ocorridas no ano de 2022 no Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth, em Boa Vista, Roraima. Materiais e métodos: Estudo descritivo e observacional. Os dados foram coletados dos registros realizados durante o ano de 2022 pela agência transfusional do Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth (HMINSN). As variáveis incluídas foram tipo de reação, hemocomponente transfundido, ABO/RhD, faixa etária e bloco da instituição onde as reações ocorreram. Foi realizado cálculo de frequências e porcentagens de cada variável. Resultados: No período de 2022 foram realizadas 2220 transfusões no HMINSN e notificadas 23 (1%) reações transfusionais, destas, as reações alérgicas foram as mais frequentes, com 9 casos (39%), seguidas por reações febris não hemolíticas, com 6 casos (26%). Reações de sobrecarga volêmica ocorreram em 3 casos (13%), enquanto aloimunização foi registrada em 2 casos (9%). Houve 1 caso de reação hemolítica aguda (4%), 1 caso de dor aguda relacionada à transfusão (4%) e 1 caso de outras reações (4%). Em relação aos hemocomponentes, o Concentrado de Hemácias (CH) foi o mais frequentemente envolvido, com 18 casos (78%), seguido pelo Plasma Fresco Congelado (PFC) com 5 casos (22%). Quanto à tipagem sanguínea, a maioria dos pacientes com reações transfusionais era do tipo O+ com 16 casos (70%), seguido por A+ com 4 casos (17%), B+ com 2 casos (9%) e O Negativo com 1 caso (4%). A análise das faixas etárias mostrou que a maioria dos pacientes estava na faixa de 21 a 35 anos, com 13 casos (57%), seguidos por pacientes com mais de 36 anos, com 8 casos (35%), e pacientes com menos de 21 anos, com 2 casos (9%). A maioria das reações ocorreu no bloco Margaridas, com 18 casos (78%), seguido pelos blocos Violetas (centro cirúrgico) com 4 casos (17%) e Rosas com 1 caso (4%). Discussão: Os resultados mostram que a maioria das reações transfusionais foi de natureza alérgica e febril não hemolítica, com as reações alérgicas representando a maior proporção. O Concentrado de Hemácias foi o hemocomponente mais frequentemente associado a reações transfusionais, sugerindo a necessidade de monitoramento cuidadoso durante a administração deste hemocomponente. Com relação ao ABO/RhD, os indivíduos com tipo O+ foram os mais afetados, seguidos pelos tipos A+ e B+. A análise das faixas etárias indicou que a maior parte dos pacientes com reações transfusionais estava na faixa de 21 a 35 anos, o que pode refletir a distribuição etária dos pacientes transfundidos ou a suscetibilidade a reações nessa faixa etária específica. Além disso, a maioria das reações ocorreu no bloco Margaridas, o que pode apontar para uma maior carga de transfusões nesse bloco ou outras características específicas que merecem investigação adicional. Conclusão: Os dados deste estudo ressaltam a importância do monitoramento contínuo das reações transfusionais para melhorar a segurança dos pacientes. A prevalência de reações alérgicas e febris não hemolíticas, bem como a alta frequência de reações associadas ao Concentrado de Hemácias, sugere áreas específicas para intervenções de melhoria da qualidade.