Revista Brasileira de Estudos de População (Jan 2013)

Diferenciais da carga de doença das condições maternas entre mulheres de 15 a 44 anos no Estado de Minas Gerais, 2004-2006

  • Luciane Santiago Tavares,
  • Iuri da Costa Leite,
  • Marina Ferreira de Noronha,
  • Roberto do Nascimento Rodrigues,
  • Geraldo Marcelo da Cunha,
  • Joaquim Gonçalves Valente,
  • Joyce Mendes de Andrade Schramm,
  • Maria de Fátima Santos Costa

DOI
https://doi.org/10.1590/S0102-30982013000400008
Journal volume & issue
Vol. 30, no. suppl
pp. S119 – S134

Abstract

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Embora seja um dos indicadores mais utilizados para avaliar a saúde da mulher, a mortalidade materna não é suficiente para descrever seu real estado de saúde, pois não leva em conta os anos vividos com incapacidade. Assim, para suprir essa deficiência, as condições maternas têm sido analisadas com base no DALY (Disability-Adjusted Life Years), indicador utilizado em estudos sobre carga de doença. O DALY tem sido considerado um indicador mais completo do estado de saúde de uma população, uma vez que incorpora, simultaneamente, as dimensões da mortalidade e da morbidade. O objetivo do presente estudo é estimar e avaliar o diferencial do impacto da carga de doença relativa às condições maternas, no Estado de Minas Gerais e em suas 13 macrorregiões de saúde, no período 2004-2006, entre mulheres em idade reprodutiva, aqui definidas como aquelas com 15 a 44 anos. Entre os principais resultados encontrados, destaca-se a enorme desigualdade nas taxas de DALY nas macrorregiões de Minas Gerais. As três macrorregiões mais pobres do Estado (Jequitinhonha, Nordeste e Norte de Minas) apresentaram as maiores taxas de DALY, correspondendo a 44% de toda a carga de doença das condições maternas estimadas para Minas Gerais, mostrando o quanto a morbimortalidade materna é sensível às iniquidades de renda, que geram situação desigual no que se refere à distribuição dos serviços de saúde.

Keywords