Revista de Estudos Sociais (Aug 2014)
EVASÃO NA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
Abstract
Apesar do reconhecimento geral dos efeitos positivos da educação – em particular da educação superior – sobre os retornos privados e sociais, as taxas de evasão cada vez mais altas têm se convertido em um problema de interesse não somente das instituições de educação superior, como também para as autoridades educativas. Assim, registra-se a importância de analisar empiricamente este problema com o fim de explicar as decisões dos estudantes ao longo de seu ciclo acadêmico. Neste artigo, apresentamos os resultados de um estudo longitudinal que tem por objetivo quantificar e traçar o perfil da evasão nos cursos de graduação do campus de Cuiabá da Universidade Federal de Mato Grosso. O procedimento utilizado foi o de análise longitudinal de duas coortes de alunos ingressantes nos anos de 1995 e de 1998, até o prazo máximo de integralização curricular do referido curso, de acordo com os prazos estipulados Conselho Nacional de Educação (CNE), que resulta em média em 10 anos. Adotamos a metodologia proposta pela ANDIFES/ABRUEM/ SESu / MEC. Os dados utilizados são oriundos do sistema acadêmico da UFMT, que além de informações sobre a situação administrativa e acadêmica do aluno, possui informações sobre algumas de suas características pessoais. Os resultados encontrados revelam que a evasão vem aumentando, chegando a 31% da coorte de 1998. Os dados por área do conhecimento revelam que as áreas de Linguística, Letras e Artes, seguida de Ciências Exatas e da Terra, e Engenharias lideram o ranking com as mais elevadas taxas de evasão. Os cursos noturnos, apesar de menor evasão, apresentam maior retenção dos alunos. Os jovens com menos de 21 anos, do sexo masculino, oriundo de escola pública, cursando até o segundo ano de curso e com coeficiente de rendimento até 4.9, têm duas vezes mais chance de evadir que os demais alunos.