Educação em Revista (Mar 2023)

ARTIGO - O PROCESSO DE AVALIAÇÃO COMO PESQUISA: REFLEXÕES A PARTIR DE UMA PESQUISA SOBRE A EDUCAÇÃO CIENTÍFICA NA ESCOLA DA INFÂNCIA

  • CLAUDIA LICHENE

DOI
https://doi.org/10.1590/0102-469839258
Journal volume & issue
Vol. 39

Abstract

Read online Read online

RESUMO Alguns documentos (Proposal for key principles of a Quality framework for Early Childhood Education and Care, 2014, Indicazioni Nazionali per il curricolo della scuola dell’infanzia e del primo ciclo di istruzione italiana, 2012) estabelecem a importância da avaliação formativa como processo de pesquisa e inovação. A avaliação educacional, por meio da observação e análise da documentação pedagógica, permite ao professor avaliar a sua proposta educativa e melhorá-la para favorecer o aprendizado. Para isso, a presente pesquisa se detém sobre o ensino de ciências na pré-escola. Toma como referência teórica os estudos de Dewey (1933; 1938), Vygotsky (1930; 1934), Wood, Bruner, Ross (1976) e, em especial, o que tange a psicanálise sobre os processos psíquicos como base da curiosidade e da experiência de Susan Isaacs (1930; 1933) na Malting House. O principal objetivo da pesquisa é destacar as condições (espaço, material, abordagem adulta) que melhor promovam a investigação científica pelas crianças. A abordagem "promover a partir de dentro" (Bondioli, 2008; Bondioli, Savio, 2009; Bondioli, 2015) como referência útil para o planejamento e ações dos adultos com o objetivo de promover o desenvolvimento de uma atitude científica. Os dados foram coletados por meio de observação e registro em vídeo e caderno de campo, foram elaboradas duas grades de análise: uma referente ao comportamento epistêmico das crianças e outra referente às estratégias e funções do adulto. A primeira análise destacou algumas sugestões interessantes sobre as condições do contexto educativo (estratégia de intervenção adulta, material, espaço) que melhor favorecem o desenvolvimento de uma atitude científica em termos de aquisição de pensamento crítico, entendida como uma como atitude de pesquisa ativa que leva à construção, de forma autônoma e participativa, de conhecimento e compreensão no campo científico (Andersson, Gullberg, 2014; Onida, Salvadori, 2020). A coleta e organização dos dados possibilitou a construção de duas grades de análise: uma para analisar a conduta científica das crianças, outra para destacar as estratégias e funções do adulto. A dimensão exploratória que caracteriza a minha pesquisa permitiu-me, em conclusão, levantar duas hipóteses (Lumbelli, 1980) que devem ser melhor investigadas: 1) Se o adulto intervém com uma abordagem que promove a partir de dentro, deixa espaço para a criança e sua curiosidade e oferece momentos de discussão e discussão no grupo, então ele promove a conduta científica. 2)Se o adulto não intervém ou o faz por meio de diretrizes, não favorece o desenvolvimento de uma atitude de pesquisa.

Keywords