Brazilian Journal of Infectious Diseases (Oct 2023)

IMPACTO DA IMPLANTAÇÃO DE MEDIDAS PREVENTIVAS PARA INSERÇÃO E MANUTENÇÃO DE CATETERISMO VESICAL DE DEMORA EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA DE UM HOSPITAL PRIVADO TERCIÁRIO DE SÃO PAULO

  • Giovanna Marssola Nascimento,
  • Fernanda Neves de Carvalho,
  • Roberto Camargo Narciso,
  • Mariana Ferreira de Carvalho,
  • Carlos Eduardo da Conceição Rosa,
  • Rita Jaqueline da Silva,
  • Persis Pereira de Magalhães,
  • José Eduardo Tambor Bueno,
  • Katia Kisielow dos Anjos,
  • Arli Antônio Reginaldo Júnior

Journal volume & issue
Vol. 27
p. 103377

Abstract

Read online

Introdução: A utilização de Cateterismo Vesical de Demora (CVD) é um procedimento comum e diretamente relacionado a internações hospitalares. Porém, a utilização inadequada do dispositivo pode levar a eventos adversos, como por exemplo Infecção do Trato Urinário Associada à Cateter vesical (ITU-AC). A ITU-AC é uma infeção de grande potencial preventivo e sua incidência impacta negativamente na melhora clínica do paciente. Objetivo: Avaliar a redução de ITU-AC a partir da implementação de medidas preventivas com a equipe assistencial na UTI adulto de um hospital terciário de São Paulo. Metodologia: Estudo quase-experimental realizado em UTI de um hospital privado terciário de São Paulo durante 30 meses (jan. 2021 a jun. 2023). A intervenção deu início em junho de 2022. Anteriormente (período pré-intervenção), a passagem do cateter vesical de demora dos pacientes da UTI era realizada pela equipe de enfermagem sem rotina técnica específica e sem auditoria focada na manutenção do dispositivo. A partir da intervenção foi elaborado Procedimento Operacional Padrão (POP) para passagem de cateterismo vesical de demora e iniciadas medidas de vigilância para manutenção do dispositivo. Resultados: Foram levantadas possíveis falhas durante a passagem e manipulação do CVD e elaborado POP específico para padronização da técnica de passagem. Foi realizado orientação sobre a utilização da clorexidina degermante para higiene íntima e fixação adequada do dispositivo. Durante as auditorias beira leito, foram reforçadas com a equipe assistencial as recomendações de prevenção e de retirada do dispositivo quando não indicado. O número de ITUs nos 18 meses pré-intervenção foi de 8 comparado com 1 dos 12 meses pós-intervenção. A densidade de incidência de ITU nos períodos foi de 1,82 (pré-intervenção) versus 0,61 (pós-intervenção), tendo redução de 33%, mas não houve diferença estatística significativa (p>0,05). A taxa de uso de cateter vesical de demora dos períodos foi 29,2% vs. 15,6%. Discussão/Conclusão: Houve redução na incidência de ITU-AC, com a implementação das medidas preventivas, porém sem diferença estatística significativa. Estudos adicionais com amostras maiores são necessários.

Keywords