Boitatá (Sep 2024)

Oralidade épica em Emicida e Rashid

  • Sergio Guilherme Cabral Bento,
  • Gloria Maria Nunes Oliveira

DOI
https://doi.org/10.5433/boitata.2024v19.e50378
Journal volume & issue
Vol. 19, no. 37

Abstract

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O artigo pretende investigar traços épicos no RAP a partir de dois álbuns significativos do gênero no contemporâneo: O Glorioso Retorno de Quem Nunca Esteve Aqui, de Emicida (O Glorioso [...], 2013) e Movimento Rápido dos Olhos, de Rashid (Movimento [...], 2022). Neles, o aspecto narrativo é evidenciado por meio de dados autobiográficos, contação de história, animação gráfica e outros recursos. Essa natureza do estilo se explica por sua filiação à cultura hip-hop, de origem afrodiaspórica, e remete à epicidade da poesia oral africana, atestada por teóricos como Paul Zumthor e Ruth Finnegan. Assim, o RAP se dá em uma interlocução a partir do MC para o jovem periférico, segunda pessoa geralmente introjetada nas letras, a quem elas são dirigidas. Tal senso de comunidade percebido nesse recurso do endereçamento é mais um dado que reforça rastros da épica neste gênero musical, afinal, como o MC, o poeta épico encarna o papel de representante de seu povo

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