Brazilian Journal of Infectious Diseases (Jan 2022)
SITUAÇÃO DA VACINAÇÃO CONTRA O HPV EM MULHERES VIVENDO COM HIV EM SERVIÇO DE ATENÇÃO ESPECIALIZADA, SALVADOR- BAHIA
Abstract
Introdução: O vírus HPV é o principal agente etiológico do câncer de colo do útero. Estudos apontam que este agravo acomete cinco vezes mais as mulheres vivendo com HIV (MVHIV) que a população geral. Desde 2015, o Ministério da saúde definiu as MVHIV de 9 a 26 anos como população alvo para a vacina quadrivalente contra o HPV composta dos tipos 6, 11, 16 e 18. Em março de 2021, a faixa etária desta população foi ampliada até os 45 anos. O objetivo deste estudo foi identificar a prevalência de vacinação para o HPV em MVHIV que participaram de projeto para avaliar a aceitabilidade da auto-coleta para genotipagem do HPV. Metodologia: Estudo de corte transversal, descritivo, em andamento, sendo realizado em serviço de atenção especializada na assistência às pessoas vivendo com HIV em Salvador, Bahia. As mulheres foram convidadas, através de equipe capacitada, a participar do estudo durante a espera para atendimento por infectologista ou outras especialidades e, ainda, para retirada de antirretrovirais. Após assinar TCLE, realizaram a auto-coleta com dispositivo apropriado e foram entrevistadas por componente da equipe. Esses dados foram digitados em banco de dados e analisados estatisticamente através do software SPSS 20.0. Resultados: Foram entrevistadas 140 mulheres vivendo com HIV até o momento, a média de idade foi 41 ± 10,46 anos. Sobre a vacinação contra o HPV, 31 (22,1%) não sabem informar se receberam essa vacina. Entre as 109 MVHIV que souberam informar, 79 (72,5%) não receberam a vacina para o HPV e 30 (27,5%) receberam pelo menos 1 dose da vacina quadrivalente. Apenas 4 (13,3%) informaram terem feito a vacinação completa. Conclusão: A vacinação contra o HPV é estratégia fundamental para a prevenção do câncer do colo do útero. O acesso a esta vacina para as mulheres vivendo com o HIV ainda é uma lacuna no cuidado à saúde desta população. A orientação e a prescrição precisam ser implementadas de forma sistemática, com a sensibilização e atualização dos profissionais de saúde quanto às mudanças no Programa Nacional de Imunizações (PNI).