Musica Theorica (May 2019)
Douze Études para piano de Claude Debussy: territórios de performance e experimentação composicional
Abstract
As peças musicais intituladas “Estudos” demonstram ainda formar um campo vasto de investigação nas áreas da música. Uma delas situa-se no fato de que no século XX, o gênero Estudo potencializa-se por sua diversidade de propostas e, principalmente, por seu suporte como ambiente de experimentação composicional. Como exemplo, os Douze Études (1915) de Claude Debussy favorecem uma discussão que convergem um enfoque entre performance e composição musicais, principalmente no âmbito da análise de suas construções sonoras e uma consequente atenção à escuta concentrada do performer. Nesse sentido, esse artigo busca evidenciar os aspectos de sonoridade de alguns Estudos de Debussy, no intuito de ampliar as perspectivas que pragmatizam o gênero Estudo de forma a encará-lo como um ambiente essencialmente mecanicista dentro do campo da performance musical. Para isso, buscamos dialogar com os trabalhos de Solomos (2007) e Guigue (2011), que sugerem ser a sonoridade um paradigma composicional na música do século XX, por exercer funções de articulação da forma musical e “integrar ao processo de gestação da obra”.