Ambivalências (Jun 2024)
Aracaju anfíbia: representações dos espaços hídricos pelas populações ribeirinhas do estuário do rio Sergipe
Abstract
Este escrito busca apresentar de forma mais panorâmica uma experiência com as regiões ribeirinhas que compõem os corpos hídricos da cidade de Aracaju e área metropolitana da Capital, e que formam a chamada Bacia Costeira do rio Sergipe, com ênfase sobre dois municípios dessa área geográfica: Aracaju, a capital do estado, e Nossa Senhora do Socorro, regiões cobertas pelos três rios investigados: rio Poxim, o rio do Sal e o rio Sergipe. Boa parte da literatura identificada como antropologia da pesca ou sobre populações ribeirinhas trata sobre populações amazônicas ou em ambientes marinhos, o que nos fez recorrer à tradição de estudos antropológicos que trata o tema muito de passagem, e sobre aspectos que não dizem respeito, necessariamente ao tema que nos tocou trabalhar aqui, no caso, modos de vida e estratégias de sobrevivência nesse ambiente fluvial. Para tanto, recorremos também a outras áreas de estudos específicos que tratam dos modos de vida em regiões estuarinas. Apresentamos, aqui, um esboço acerca da importância dos rios na constituição histórica de Aracaju e os efeitos do desenvolvimento urbano sobre o ambiente fluvial e sobre as populações ribeirinhas, as quais, quase sempre passam despercebidas nas estatísticas oficiais ou nas políticas públicas relacionadas à gestão do patrimônio ambiental, desenvolvem sofisticados sistemas de interação social e profundas experiências comunicativas que qualificam e requalificam constantemente os modos distintos de vida às margens desse complexo aquático.
Keywords