Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2024)

A IMPORT NCIA DE BIOMARCADORES PARA DIAGNÓSTICO PRECOCE DE MIELOMA MÚLTIPLO

  • MA Simões,
  • EG Martins,
  • TT Monteiro,
  • RFP Filho,
  • KSF Araújo,
  • GS Nobre,
  • VD Porto,
  • IS Sousa,
  • RGM Araújo,
  • LC Tavares

Journal volume & issue
Vol. 46
pp. S1099 – S1100

Abstract

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Objetivos: O presente estudo tem como objetivo analisar a relevância dos biomarcadores no manejo do mieloma múltiplo,com a finalidade de aprimorar o diagnóstico precoce e, por conseguinte, otimizar o prognóstico dos pacientes, possibilitando intervenções terapêuticas mais eficazes. Metodologia: Nesta revisão literária, foi conduzida uma análise de 3 artigos publicados no Pubmed. Esses artigos, datados entre 2016 e 2023, foram identificados usando as palavras chaves: “Biomarcadores”, “Mieloma Múltiplo”, “Prognóstico”. Resultados: O mieloma múltiplo é uma malignidade hematológica caracterizada pela presença de células plasmáticas clonais anormais na medula óssea, com potencial para crescimento descontrolado, causando lesões ósseas destrutivas, lesão renal, anemia e hipercalcemia; quando detectada em um estágio inicial, essa neoplasia pode se apresentar não só com um melhor prognóstico para o paciente, como também uma melhor qualidade de vida, uma vez que existe maior disponibilidade de terapias menos tóxicas e mais eficazes, as quais ajudam no controle dos sintomas supracitados, antes que se tornem graves e debilitantes. Nesse viés, destaca-se que, em conjunto com a utilização de biomarcadores convencionais, tais quais a porcentagem de células plasmáticas na medula óssea, eletroforese de proteína sérica para banda M e proteína de Bence-Jones urinária, vem sendo utilizados e desenvolvidos novos biomarcadores potencialmente promissores, capazes de demonstrar a heterogeneidade espacial e temporal do mieloma múltiplo. Sob essa perspectiva, é possível elencar células tumorais circulantes (CTCs) e DNA tumoral circulante (ctDNA) - indicadores de carga tumoral e progressão da doença, além de configurar monitoramento não invasivo da carga tumoral e evolução clonal -, ensaios de Cadeias Leves Livres no soro (razão CLL se mostra sensível para a detecção precoce da doença e monitoramento da resposta ao tratamento), plasmocitose medular clonal, biomarcadores imunológicos PD-L1 e perfil de células T, biomarcadores de imagem PET/CT e RM entre outros. Discussão: A importância de biomarcadores para o diagnóstico precoce de mieloma múltiplo (MM) é destacada pela complexidade genética da doença, caracterizada por alterações cromossômicas heterogêneas e mutações em diversos genes. Essa variabilidade genética não só dificulta o tratamento, mas também é crucial para o desenvolvimento de novos biomarcadores. Recentemente, três novos biomarcadores específicos foram identificados (plasmocitose medular clonal ≥60%, razão das CLL séricas ≥100 e mais de uma lesão focal na RMN). Devido ao elevado risco de progressão e desenvolvimento de complicações, pacientes que apresentam esses biomarcadores agora recebem o mesmo tratamento que aqueles com sintomas clínicos de MM, sendo classificados como portadores de MM ativo. Desse modo, é possibilitado o início do tratamento antes que ocorram danos significativos aos órgãos, o que potencialmente melhora o prognóstico e a qualidade de vida dos pacientes. Conclusão: O mieloma múltiplo ainda não possui cura, contudo, seu tratamento melhora consideravelmente a qualidade de vida dos pacientes. Portanto, a fim de auxiliar no diagnóstico precoce da doença e iniciar a terapêutica com antecedência, mostra-se essencial o desenvolvimento de novos biomarcadores, permitindo uma melhor previsão do mieloma múltiplo.