Revista Educação e Emancipação (Jan 2018)

Belas, sim! Recatadas e do lar, não! Violências, feminilidades outras e resistências de professoras da educação básica

  • Ivan Amaro,
  • Luciana Izis Silva de Abreu

DOI
https://doi.org/10.18764/2358-4319.v10n4especialp76-99

Abstract

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Este artigo objetiva apresentar dados de pesquisa concluída com a intenção de levantar/problematizar questões sobre configurações de feminilidades que cercam as professoras da educação básica, as violências a que estão sujeitas e as estratégias utilizadas para resistir e, portanto, avançar em prol de uma visão emancipatória de docência. A partir das trajetórias de vida, acessamos informações de cinco professoras que não se encaixam em normalizações de gênero padrão: uma heterossexual, que vive livremente sua sexualidade, seus prazeres; uma transexual; uma lésbica, uma negra e lésbica e um professor que performatiza uma drag queen. As questões disparadoras foram: como estas docentes performatizam uma visão de feminilidade? Que violências emergem dessas performances? Que mecanismos de resistência lançam mão contra estas violências? Utilizamos o conceito de “conhecimento venenoso” como ferramenta de análise. Dentre os diversos achados, ressaltamos a possibilidade de pensar em outras configurações da categoria “mulher” para resistir aos preconceitos, às discriminações, às violências de gênero. Há indícios de que outras feminilidades habitam o espaço da docência, indicando uma resistência à homogeneização/universalização do conceito de feminilidade, apontando para uma concepção plural, qual seja, feminilidades outras na docência. Palavras-chave: Feminilidades docentes. Violência. Sofrimento. Resistência. Pretty, yes! Modest and housewife, not! Violences, feminities other and resistance of teachers of basic education ABSTRACT This article aims to present data of a completed research with the intention of raising / problematizing questions about the configurations of femininities that surround the basic education teachers, the violence they are subjected to and the strategies used to resist and, therefore, to advance towards an emancipatory vision of teaching. From the life trajectories, we access information from five teachers who do not fit into standard gender normalizations: a heterosexual who lives freely her sexuality, her pleasures; a transsexual; a lesbian, a black lesbian, and a teacher who performs a drag queen. The triggering questions were: how do these teachers performatize a vision of femininity? What violence emerges from these performances? What mechanisms of resistance do they resort to? We use the concept of "poison knowledge" as a tool for analysis. Among the several findings, we highlight the possibility of thinking of other configurations of the category "woman" to resist prejudice, discrimination, and gender violence. There are indications that other femininities inhabit the teaching space, indicating a resistance to the homogenization / universalization of the concept of femininity, pointing to a plural conception, that is, other femininities in teaching. Key words: Teaching femininity. Violence. Suffering. Resistance ¡Bellas, sí! ¡rRecatadas y del hogar, no! Violencias, feminilidades otras y resistencias de profesoras de educación básica Resumen Este artículo objetiva presentar datos de una investigación concluida con la intención de plantear/problematizar cuestiones sobre configuraciones de feminilidades que rodean a las profesoras de educación básica, las violencias las que están sometidas y las estrategias de resistencia y, por lo tanto, avanzar en pro de una visión emancipatoria de docencia. A partir de las trayectorias de vida, accedemos a informaciones de cinco profesoras que no se incluyen en normalizaciones de género estándar: una heterosexual que vive libremente su sexualidad, sus placeres; una transexual; una lesbiana, una negra y lesbiana y un profesor que actúa como drag queen. Las cuestiones alarmantes fueron: ¿cómo estas docentes demuestran una visión de feminilidad? ¿Qué violencias surgen de esas performances? ¿Qué mecanismos de resistencia se utilizan contra estas violencias? Utilizamos el concepto de “conocimiento venenoso” como herramienta de análisis. Entre los diversos hallazgos, resaltamos la posibilidad de pensar en otras configuraciones de la categoría “mujer” para resistir a los prejuicios, a las discriminaciones, a las violencias de género. Hay señales de que otras feminilidades habitan el espacio de la docencia, indicando una resistencia a la homogeneización/ universalización del concepto de feminilidad, señalando para una concepción plural, sea o no sea, feminilidades otras en la docencia. Palabras clave: Feminilidades docentes. Violencia. Sufrimiento. Resistencia.

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