ABCD: Arquivos Brasileiros de Cirurgia Digestiva (Sep 2011)

Estenose esofágica por uso de sonda nasogástrica: reflexão sobre o uso indiscriminado Esophageal strictures after use of nasogastric tube: a reflection on the indiscriminate use

  • Maxwel Capsy Boga Ribeiro,
  • Luiz Roberto Lopes,
  • João Coelho de Souza-Neto,
  • Nelson Adami Andreollo

DOI
https://doi.org/10.1590/S0102-67202011000300002
Journal volume & issue
Vol. 24, no. 3
pp. 191 – 194

Abstract

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RACIONAL: A sonda nasogástrica é frequentemente empregada por clínicos e cirurgiões para diversos fins. No entanto, são descritas complicações de seu uso, sendo a estenose esofágica a mais grave, com grande morbidade, passível de prevenção e tratamento eficazes. OBJETIVO: Analisar o perfil clínico-epidemiológico, o tratamento e seus resultados, nos pacientes com esta complicação. MÉTODOS: Análise retrospectiva de 26 pacientes que apresentavam registros completos de idade, sexo, etiologia e duração da sondagem gástrica, co-morbidades e operações prévias, bem como do tratamento empregado e evolução, precoce e tardia, e classificados de acordo com a escala de resultados de Karnofsky, após seguimento médio de 28 meses. RESULTADOS: A maioria eram homens (76,9%), com idade média de 47 anos e tempo médio de sondagem nasogástrica de 19 dias, sendo que 69,2% eram pacientes cirúrgicos e apenas 26,9% apresentavam doença do refluxo gastroesofágico. Todos foram tratados com dilatações esofágicas auxiliado por endoscopia digestiva e 61,5% foram submetidos a tratamento cirúrgico. Os resultados precoces foram excelentes em 46,2%, bons em 34,6% e regulares em 19,2%. Os resultados tardios foram excelentes em 42,4%, bons em 30,7% e regulares em 26,9%. CONCLUSÕES: O uso da sonda nasogástrica deve ser criterioso e restrito a casos selecionados, o que previne a ocorrência de estenose esofágica, que, quando presente, pode ser tratada de maneira eficaz através de dilatações do esôfago, com ou sem operação associada, a depender de cada caso.BACKGROUND: The nasogastric tube is often used by clinicians and surgeons for various purposes. However, complications are described with its use, and more severe esophageal stenosis with high morbidity rates, have effective prevention and treatment. AIM: To analyze the clinical, epidemiology, treatment and outcomes of patients with this complication. METHODS: Retrospective analysis of 26 patients who had complete records of age, gender, etiology and duration of gastric nasogastric tube, co-morbidities and previous surgery as well as the treatment evolution, early and late, and classified according to the scale of Karnofsky after mean follow-up of 28 months. RESULTS: The majority were men (76.9%), mean age 47 years and mean duration of nasogastric tube of 19 days; 69.2% were surgical patients and only 26.9% had gastro-esophageal reflux disease. All were treated with esophageal dilatation aided by endoscopy and 61.5% underwent surgical treatment. The early results were excellent in 46.2%, good in 34.6% and 19.2% regular. Late results were excellent in 42.4%, good in 30.7% and 26.9% regular. CONCLUSIONS: The use of nasogastric tube should be restricted to selected cases, preventing the occurrence of esophageal stricture; when present, it can be effectively treated using esophageal dilation, with or without associated operation.

Keywords