Revista Tecnologia (Jun 2020)

Aplicação da semente de moringa (Moringa oleífera) como coagulante natural no tratamento de efluente de indústria de tintas no Ceará

  • Giuliana Buzelli Santana,
  • Diana Colares Nóbrega,
  • Julienne Tomé Oliveira,
  • Igor Alves Martins,
  • Ronaldo Ferreira do Nascimento,
  • Carla Bastos Vidal

DOI
https://doi.org/10.5020/23180730.2020.9889
Journal volume & issue
Vol. 41, no. 1

Abstract

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As águas residuais de plantas têxteis e fabricação de tinta têm despertado grande interesse na comunidade científica por serem os maiores consumidores de água e produtos químicos em seus processos. O uso contínuo de coagulantes químicos no tratamento dessas águas e efluentes têm causado impactos não só ao meio ambiente em geral como, também, à saúde pública que, diante desta problemática, tem-se estudado alternativas menos agressivas, como o emprego de coagulantes de origem vegetal ou mineral. A semente de Moringa oleífera, além de poder ser utilizada como coagulante no tratamento de águas, também exerce propriedades adsortivas no tratamento de coagulação-floculação de águas industriais, aumentando, assim, o poder de remoção de diversas classes de poluentes. A presente pesquisa teve como objetivo, avaliar o desempenho e viabilidade da aplicação da semente de Moringa oleífera como agente coagulador-floculador no tratamento de efluente de indústria de tintas. Para a realização dos experimentos, o efluente industrial foi coletado diretamente do reservatório da fábrica e utilizado sem pré-tratamento. Para otimizar as variáveis que atuam na eficiência do tratamento, foi utilizado como ferramenta o planejamento experimental. Foram variados três fatores: pH, massa do coagulante e velocidade de agitação da etapa de floculação. Para analisar a significância de cada efeito foram gerados os diagramas de Pareto. De acordo com o programa estatístico utilizado, as condições ótimas de operação, as quais minimizam os valores de cor e COT (Carbono Orgânico Total) foram: pH 3; agitação 3 e concentração de moringa 15 g/L. Já para os parâmetros condutividade e turbidez, as condições ótimas de operação, as quais minimizam os valores de cor e COT, foram: pH 9; agitação 7 e concentração de moringa 5 g/L. Entretanto, os fatores que foram estatisticamente significativos foram pH 9 para o parâmetro condutividade e o fator concentração do coagulante 15 g/L para o parâmetro turbidez. Em termos de eficiência de remoção, observou-se que para todos os experimentos, a eficiência de remoção de cor e turbidez ficou acima de 97%. Já a eficiência de remoção de COT nos diferentes testes variou de 32 a 46%. Foi possível concluir, que a semente de Moringa foi eficiente como agente clarificador de efluentes de alta complexidade, tornando-a uma alternativa sustentável e economicamente viável devido a facilidade de seu cultivo em regiões áridas e tropicais.