Jornal de Assistência Farmacêutica e Farmacoeconomia (Feb 2023)

Conciliações medicamentosas e intervenções farmacêuticas realizadas por farmacêuticos clínicos em um hospital universitário

  • Eliana Lago Araújo,
  • Luana Sávia Santos Silva,
  • Jéssica Silva Nogueira,
  • Jéssica Nascimento Sousa

DOI
https://doi.org/10.22563/2525-7323.2022.v1.s2.p.36
Journal volume & issue
Vol. 1, no. s.2

Abstract

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Introdução: A conciliação medicamentosa propicia a detecção e prevenção de erros de medicação, constituindo uma importante ferramenta para o aumento da segurança da farmacoterapia instituída ao paciente internado. Alterações realizadas na terapia medicamentosa na admissão do paciente, bem como durante toda a sua permanência na unidade hospitalar, podem levar a erros de medicação e aumento de eventos adversos relacionados a medicamentos. A intervenção farmacêutica, nesse sentido, apresentase como um instrumento para prevenção ou resolução de problemas encontrados no processo de conciliação, constituindo-se como parte integrante do processo de seguimento farmacoterapêutico. Objetivo: Quantificar e avaliar as conciliações medicamentosas e intervenções realizadas por farmacêuticos da Unidade de Farmácia Clínica de um Hospital Universitário do município de Salvador-Bahia. Métodos: Trata-se de um estudo retrospectivo, quantitativo e descritivo. Foram incluídos pacientes internados em 13 unidades assistidas por farmacêuticos clínicos, no período de setembro de 2020 a setembro de 2022, com previsão de tempo de internamento superior a 48 horas. A conciliação medicamentosa foi realizada pelo confronto entre a prescrição médica da admissão e as informações obtidas com paciente e / ou familiar até 48 horas da sua admissão a partir da relação de medicamentos utilizados pelo paciente em domicílio. Já as intervenções farmacêuticas foram realizadas junto ao profissional prescritor mediante análise crítica da prescrição. Esse estudo está sob aprovação do CEP sob número 4.465.789. Resultados e Discussão: No período avaliado, foram assistidos 14.342 pacientes. Destes, 6.103 pacientes tinham critérios para conciliação medicamentosa, sendo conciliados 5.126 pacientes (84%). Do total de conciliações realizadas, foram encontradas 8.054 discrepâncias, sendo 7495 (93,06%) discrepâncias justificadas e 559 (6,94%) não justificadas. Foram realizadas 9.810 intervenções farmacêuticas, sendo 8.770 (83,4%) aceitas, 628 parcialmente aceitas (12,4%) e 412 (4,2%) não aceitas. No âmbito dessas intervenções, 874 (8,9%) estavam relacionadas a inconsistências encontradas na redação da prescrição médica. Os erros de prescrição são eventos evitáveis, mas que possuem grande potencial de levar a erros de medicação e que ainda permanecem com um alto percentual apesar da implementação das prescrições eletrônicas e portanto, constituem um desafio para a prática clínica do farmacêutico. Conclusão: O desempenho do farmacêutico clínico na conciliação medicamentosa e a sua intervenção precoce é primordial para garantia da continuidade de tratamento do paciente de forma segura, permitindo a identificação e prevenção de potenciais erros de medicação e problemas relacionados a medicamentos.