Diálogos (Dec 2022)

De uma tradição religiosa ao exotismo: balangandãs, uma história de representação (apresentação) de uma prática cultural (1947-1970)

  • Elaine Cristina Ventura Ferreira

DOI
https://doi.org/10.4025/dialogos.v26i2.58409
Journal volume & issue
Vol. 26, no. 2

Abstract

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A proposta deste artigo foi refletir sobre como os balangandãs (objeto que integra as práticas religiosas de matrizes africanas), foi interpretado pelo folclorista Paulo Afonso de Carvalho, mas não somente, e discutir o imaginário social construído sobre esse utensílio quando ele foi integrado aos estudos de folclore (área do saber que se institucionalizou como disciplina no país, em 1947). Para responder a questão, usamos como fonte, entrevistas dos folcloristas em jornais, ainda, as narrativas elaboradas sobre esse objeto litúrgico quando foi incorporado à brasilidade por meio da “escrita” museográfica do Museu de Folclore Édison Carneiro. A análise do discurso e a relação texto e contextos pertinentes foram os recursos metodológicos utilizados neste estudo. Assim, esta investigação considera que os folcloristas, embora tenham entendido esse instrumento devocional como algo conectado a experiência religiosa dos africanos escravizados, eles trataram esse bem como exótico no momento em que se construía um lugar para religião de matriz africana no projeto de uma identidade nacional.

Keywords