Pretextos (Sep 2018)
AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA: O PAPEL DA PESQUISA NA APRENDIZAGEM DO PSICÓLOGO EM FORMAÇÃO
Abstract
A Avaliação Neuropsicológica pretende avaliar e descrever o funcionamento cerebral e a qualidade do sistema funcional a partir do uso de instrumentos psicológicos padronizados como testes, entrevistas e questionários. A partir dessa investigação é possível descobrir a decorrência dos prejuízos e traçar a melhor intervenção possível, desenvolvendo uma proposta de reabilitação ou prevenção, embora o último seja menos usual. Essa área de atuação se insere no corpo conceitual da Neuropsicologia, campo interdisciplinar que agrega conhecimentos de várias áreas, incluindo a Psicologia, configurando-se como área de atuação possível para psicólogos com formação complementar em Neuropsicologia (HAASE, 2009). O aprendizado da Avaliação Neuropsicológica exige daqueles que se propõem a aprendê-la dedicação teórica e treinamento prático das habilidades. Uma das possibilidades de aprendizagem comum para psicólogos é a participação em pesquisas cuja metodologia inclua Avaliação Neuropsicológica. O presente trabalho é um relato de experiência e tem como objetivo discutir essa possibilidade de aprendizagem e os processos pelos quais ela pode ocorrer em um contexto de pesquisa realizada por graduandos do curso de Psicologia da rede privada de ensino superior, a partir da coleta de dados de pesquisa de doutorado de uma professora do curso. Foram ainda considerados os alcances e as limitações do aprendizado da Avaliação Neuropsicológica no contexto de pesquisa em Neuropsicologia. Analisando os resultados encontrados até o momento percebe-se que houve um benefício aos psicólogos em formação em relação à possibilidade do exercício profissional dentro de preceitos éticos e técnicos em uma área relativamente nova, assim como o aprendizado de instrumentos de avaliação neuropsicológica e o aprimoramento da observação clínica. As limitações para a aprendizagem dos psicólogos em formação mais importantes encontradas foram à impossibilidade da escolha dos instrumentos de avaliação e a pouca variabilidade de perfis cognitivos encontrados na população clínica que constituía a amostra.