Semina: Ciências Agrárias (Feb 2021)

Qualidade higiênico-sanitária e perigos microbiológicos de queijos Minas Frescal clandestinos comercializados no norte do Tocantins

  • Monike da Silva Oliveira,
  • Isac Gabriel Cunha dos Santos,
  • Bianca Pereira Dias,
  • Cristiane Alves Nascimento,
  • Ézio Machado Rodrigues,
  • José Carlos Ribeiro Júnior,
  • Amauri Alcindo Alfieri,
  • Bruna Alexandrino

DOI
https://doi.org/10.5433/1679-0359.2021v42n2p679
Journal volume & issue
Vol. 42, no. 2

Abstract

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O queijo é um produto popular que compõe quase que diariamente a dieta da população. É rico em nutrientes e por isso também um excelente meio de multiplicação de micro-organismos, inclusive os patogênicos. A contaminação microbiológica desses produtos assume destacada relevância tanto para a indústria, pelas perdas econômicas, como para a saúde pública, pelo risco de causar doenças transmitidas por alimentos, sobretudo quando produzido clandestinamente. Diante do exposto, o objetivo desta pesquisa foi avaliar a qualidade higiênico-sanitária e a presença de patógenos bacterianos nos queijos Minas Frescal clandestinos comercializados nas feiras livres do município de Araguaína - TO.Foram coletadas 21 amostras avaliando-se a presença de coliformes totais (CT) e termotolerantes (CTT), Escherichia coli e, por abordagem molecular, caracterizar os patótipos enteropatogênica (EPEC), produtora de toxina shiga (STEC) e enterohemorrágica (EHEC), estafilococos coagulase positiva (ECP), Salmonella spp. e Listeria monocytogenes. Foi verificado que 100% das amostras de queijo estavam em desacordo com o padrão máximo de CT e CTT previstos na legislação que regulamenta seu controle de qualidade. Além desses grupos, 85,71% das amostras encontravam-se acima do limite máximo previsto para ECP. Na pesquisa de E. coli diarreiogênicas 476 isolados foram testados e foi verificado que 52,38%, 66,6% e 4,76% das amostras de queijos foram positivas para EPEC, STEC e EHEC, respectivamente, indicando contaminação de origem fecal nas amostras e potencial presença de outros enteropatógenos. Em nenhuma amostra foi detectada a presença de Salmonella spp. e Listeria monocytogenes. A alta contagem de coliformes totais e termotolerantes encontrados nas amostras demonstram condição sanitária insatisfatória na produção, armazenamento e/ou comercialização deste alimento, potencialmente produzido com leite cru. A presença de EPEC, STEC e EHEC e estafilococos coagulase positiva em elevadas concentrações, evidenciam o iminente risco à saúde pelo consumo do queijo Minas Frescal clandestinos.

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