Revista de Antropologia (Jun 2020)

Alteridade e raça entre África e Brasil

  • Luena Nascimento Nunes Pereira

DOI
https://doi.org/10.11606/2179-0892.ra.2020.170727
Journal volume & issue
Vol. 63, no. 2

Abstract

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A partir da minha experiência de campo em Angola, busco problematizar a tradicional caracterização da antropologia brasileira — e por extensão das ciências sociais — como feita por “brasileiros” sobre o “Brasil”, refletindo sobre o novo perfil dos cientistas sociais quanto ao pertencimento étnico, racial e de classe que tem se pluralizado nos últimos 20 anos. Esta transformação do perfil dos cientistas sociais desafia a ideia de um “nós antropológico” centrado em uma ideia naciocêntrica que não reconhece sua posição de classe, raça e território, ou seja, branca, de classe média, oriunda ou socializada no sul/sudeste do país. Defendo o descentramento das ciências sociais brasileiras inspirada pelos novos movimentos de descolonização das ciências sociais. Esse descentramento passa pelo reconhecimento e politização da branquidade hegemônica das ciências sociais como condição para sua revisão crítica.

Keywords