Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery (Sep 1992)
Cirurgia valvar na infância: um novo aspecto de ação Valvular surgery in childhood: new trends
Abstract
De janeiro de 1978 a dezembro de 1991, 148 crianças (idade igual ou menor a 15 anos) foram operadas pela primeira vez, para correção de defeitos adquiridos (doença reumática) em uma das valvas cardíacas. A casuística foi dividida em duas épocas, demarcadas pela determinação do Serviço em preservar o maior número possível das valvas tratadas, em especial, nesse grupo de pacientes. No último ano, foram operadas 24 crianças, nas quais a valva mitral foi abordada 20 vezes e a aórtica 8 vezes. O índice de aproveitamento da valva mitral foi de 95% (28% no período anterior) e da valva aórtica 62% (20% no período anterior). A mortalidade global foi de 8% no período anterior e não houve óbitos no último ano da experiência. Nenhum paciente apresentou qualquer complicação e todos evoluíram satisfatoriamente. Concluímos que, com determinação, é possível preservar a maior parte das valvas acometida por doença reumática na infância e sugerimos que a indicação cirúrgica deva ser o mais precoce possível, para evitar alterações no aparelho valvar secundárias à disfunção, bem como um seguimento tardio efetivo mais duradouro, para julgar se a plastia é realmente superior à substituição valvar em pacientes jovens com doença reumática.From January 1978 to December 1991, 148 children (age < 15 years) were operated upon on our Service for the first time, to correct defects (rheumatic fever) on the cardiac valves. The material was divided in two times, according to the point of view of the group in an attempt to preserve a great number of valves, in especial in children. Last year 24 children were operated upon in whom mitral valve disease treatment was necessary twenty times, and in aortic valve eight times. In that group, 95% (28% before) surgery on the mitral valve and 62% (20% before) on the aortic valve were conservative procedures. There were neither deaths nor complications and all children have good evolution. We conclude that on rheumatic fever, cardiac valve disease treatment in children must be conservative and the best time for the surgery must be earlier, to avoid valvar disfunction due to disease. We also think that follow up must be effective in order to analyze if different available plastic techniques are better than valve substitution in children with rheumatic fever.