Brazilian Journal of Infectious Diseases (Jan 2022)
ANÁLISE COMPARATIVA DO NÚMERO DE HOSPITALIZAÇÕES, RELACIONADAS COM A COBERTURA VACINAL ENTRE O BRASIL E AS DEZ MAIORES ECONOMIAS DO MUNDO
Abstract
Em 11 de março de 2020 a Organização Mundial da Saúde declarou pandemia de COVID-19, contabilizando 18 meses após 219 milhões de infectados e 4,55 milhões de mortes, configurando emergência global em saúde. No entanto, com o avanço da vacinação, nos deparamos com uma nova perspectiva, demandando uma revisão epidemiológica. Assim, esse estudo propõe analisar comparativamente a cobertura vacinal e o índice de internações por COVID-19 entre o Brasil e os países que possuem os dez maiores Produtos Internos Brutos do mundo, entre os meses de janeiro e agosto de 2021. Trata-se de um estudo observacional, descritivo e quantitativo, cujos dados referentes às taxas de internação são provenientes do Centro Europeu para Prevenção e Controle de Doenças, para os países da União Europeia. Os dados referentes ao Canadá são oriundos do COVID-19 Traker, e os dos Estados Unidos da América (EUA), do Departamento de Saúde e Serviços Humanos, enquanto dos demais países, China, Japão, Reino Unido (RU), Índia, Coreia do Sul e Brasil, advém de seus respectivos Centros de Vigilância governamentais. Já os dados referentes a Cobertura Vacinal são provenientes do Site “Our World In Data”. É válido evidenciarmos as individualidades de cada país, como seus diferentes contingentes populacionais, sistemas de saúde e imunizantes utilizados. Assim, foi observada uma tendência global: há um pico do número de casos graves, refletidos através das internações, antes da vacinação maciça da população, seguido de uma queda abrupta e ligeiro aumento no mês de agosto. A maior flutuação observada foi no RU (95,96%), correspondente a vacinação completa de 48,45% da população, seguida da Alemanha (95,94%), EUA (95,89%), China (94,26%), Itália (93,90%), França (92,60%), Japão (91,74%), Canadá (86,50%), Brasil (71,67%) e, por fim, Coreia do Sul (70,37%), onde apenas 6,33% da população estava vacinada nesta marca. Quanto ao seguinte aumento, observado no último mês, é de natureza multifatorial, dentre os quais cabe ressaltar o surgimento de novas variáveis viral e o abrandamento das medidas restritivas, sem a imunização completa da população. Portanto, é atestada a importância do avanço vacinal para a redução de casos graves de COVID-19, sendo que esse processo é extremamente variável dentre os países analisados. Além disso, reforça-se a necessidade de manutenção das demais medidas preventivas, como o distanciamento social e a utilização adequada de máscaras, até que o controle da pandemia seja efetivo.